Vídeos que circulam nas redes sociais vêm ajudando a lançar mais luzes às circunstâncias ligadas à morte da paraense Beatriz Souza, de 38 anos, natural de Belém, encontrada sem vida dentro de um apartamento, na madrugada desta segunda-feira (7), em Paris, na França. Imagens mostram a transexual pedindo ajuda para a principal suspeita do crime, supostamente na mesma noite, momentos antes de a brasileira morrer. A pessoa que acompanhava Beatriz naquela noite gravou os vídeos.
Em um dos registros feitos pela pessoa que estava no quarto com Beatriz, pode-se ver a paraense implorando por socorro, enquanto estava no chão, visivelmente debilitada, ao lado da cama do quarto. As imagens mostram a porta de um guarda-roupa arrebentada. Há ainda outros sinais de destruição, como uma tomada e pedaços de parede estilhaçados ao chão. “Ai meu Deus, ai meu Deus… por favor, amiga, por favor, amigo… por favor amigo. Tem misericórdia, amiga”, dizia a paraense.
Outro trecho do vídeo mostra a suposta companheira de quarto zombando de Beatriz: “Olha… que tal. Olha que vergonhoso. Destruiu todo o quarto!”, dizia a pessoa que gravava o vídeo, enquanto Beatriz gritava, no chão: “Não, amigo. Tem misericórdia! Não me grava. Tem misericórdia”.
Investigações
De acordo com as primeiras informações apuradas pela família e junto a colegas da paraense, há suspeitas de que Beatriz, apesar de acompanhada, teria sido deixada agonizando, sem socorro, dentro do imóvel. Os vídeos gravados por um acompanhante sustentam essa versão – que ainda não foi confirmada por autoridades policiais do Brasil ou da França.
Um outro vídeo, gravado em frente à fachada do prédio onde a paraense foi achada, mostra Beatriz Souza sendo levada em uma maca, enquanto era socorrida por paramédicos parisienses. A família e amigos dizem que uma suposta ex-companheira de Beatriz estaria ao lado dela.
Por meio das redes sociais, amigas da vítima também falaram sobre o caso. “Após a morte da minha amiga, fomos buscar ajuda no Consulado do Brasil, na cidade, para buscar mais informações sobre o caso. Mas como o laudo médico e policial não saiu, e existe a possibilidade de assassinato, ou sei lá, de omissão de socorro, o caso [a apuração] deve durar um ou dois meses”, disse Patrícia Braga, amiga da paraense.
“A família sempre está disposta, presente, a fazer e acontecer. Até contrataram uma advogada para instruir eles sobre o que deveriam fazer. A Bia deixou um pedido em vida, de que caso acontecesse algo com ela ela queria ser enterrada aqui. A Bia só nos deixa saudade. E nós pedimos esperança e justiça”, comentou a amiga em uma postagem em rede social. As informações são de O Liberal.