Marabá celebra a mulher com programação virtual

Marcha das Mulheres mobilizou mais de 1,5 mil pessoas pelas ruas da Nova Marabá em 2020. O cenário é bem diferente este ano, com a pandemia ainda mais implacável | Foto: Divulgação

Comemorado anualmente em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, longe de ser uma data comercial, sinaliza para uma série de lutas e avanços das conquistas femininas. Como forma de debater os mais variados temas que permeiam o cotidiano da parcela em Marabá, entre eles a própria pandemia, o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher (Comdim) e a Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo resolveram promover lives no Facebook, em diferentes horários.

Neste ano, em função da pandemia da covid-19, que impôs medidas restritivas ao contato e à reunião de pessoas em um mesmo ambiente, nenhuma programação externa será executada pelos movimentos femininos de Marabá para comemorar mais um dia 8 de março.

Porém, de modo a driblar as limitações da crise sanitária e manter a tradição, o Comdim Marabá transmite na página do Facebook, a partir das 9h, uma live com o tema “8 de Março – Mulheres, Pandemia, Resistências e Políticas Públicas no Campo e na Cidade”. O evento terá mediação da professora Margarida Negreiros e participação de autoridades e representantes da sociedade civil.

Entre as convidadas para a live, que terão momento de fala ao longo da manhã, estão a própria presidente do Comdim, Cláudia Cilene Alves Araújo; a presidente do Grupo de Mulheres Arco-Íris da Justiça e do Mulher Conte Comigo, Rosalina Pereira Izoton; a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, Eliene Carla de Lima; a representante da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher, Júlia Rosa Veloso; e a promotora de Justiça da Infância e Juventude, Alexssandra Muniz Mardegan.

Além delas, também estão Lady Anne Sousa, representante da Diocese de Marabá; Concita Sompré, do Movimento de Mulheres Indígenas; Vera da Paz, liderança comunitária; Jaqueline Damasceno, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB); Gilmara Neves, do Fórum Permanente de Mulheres de Marabá; Maria Raimunda César Souza, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Karol, das Mulheres Negras; e Vanessa Lopes, do Atitude LGBTI de Marabá.

Conforme a presidente do Comdim, um ato público com o tema “Todos por Elas” até estava previsto para comemorar a data, mas precisou ser adiado em face da reclassificação de risco do estado para a cor vermelha, de alto risco de transmissão da covid-19 e baixa capacidade do sistema de saúde.

“Iniciamos o mês da mulher com alinhamento da rede de proteção e firmando parcerias com a imprensa local para veiculação de mensagens de encorajamento às mulheres, divulgando os locais em que elas podem procurar ajuda, inclusive com os números do Disque-Denúncia Sudeste do Pará”, argumenta Cláudia.

No ano passado, um café da manhã foi preparado pela Prefeitura de Marabá e pela Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher na Praça São Félix de Valois, no Núcleo Marabá Pioneira. No dia anterior, houve a consagrada passeata das mulheres pelas vias da Nova Marabá, movendo o clamor de basta à violência de gênero. O assassinato de Dayse Dyana Sousa e Silva, de 35 anos, pelo marido foi recordado por mais de 1.500 participantes.

Este é o flyer de divulgação da live do Comdim Marabá no Facebook

Música e poesia

Outra live está marcada para acontecer à noite, a partir das 20h, com transmissão pela página da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) no Facebook. O evento virtual foi todo pensado pela Biblioteca Orlando Lobo, que vem se destacando desde o início da pandemia na transmissão de conteúdos diversos aos leitores e, agora, espectadores também.

A live “Amazônidas – Mulheres que são Cordilheiras de Palavras” abre a programação da semana da mulher na página da Secult e tem como convidadas a cantora Lariza Xavier, de Marabá, e a escritora Wanda Monteiro, de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro.

Apesar de residir na Região Sudeste há quase 40 anos, Monteiro é paraense da cidade de Alenquer, situada às margens do Rio Amazonas. Ela, aliás, direto está participando de eventos da Biblioteca Municipal Orlando Lobo, a convite da gentil coordenadora Evilângela da Silva Lima.

A escritora também é formada em Direito e chegou a advogar, mas agora se dedica exclusivamente à arte literária, tendo publicado os livros “O Beijo da Chuva” e “Anverso”, lançados com o selo da Editora Amazônia no Pará e no Rio de Janeiro.

Nesta terça-feira (9), a programação segue com a live “Interseções – Diálogos sobre Arte e Literatura”. O evento virtual terá mediação do renomado escritor e artista plástico Marcílio Caldas Costa. A convidada é a poeta Giselle Ribeiro, que defende fervorosamente a tese do “Cala a boca já morreu. Quem manda na minha boca sou eu”.

Referência quando o assunto é live, Biblioteca Orlando Lobo convidou amazônidas para noite regada a música e poesia

Saiba mais

Instituído em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional da Mulher é comemorado em 8 de março por mais de 100 países. A ideia da criação do Dia da Mulher, no entanto, surgiu bem antes, entre o fim do século XIX e o início do século XX, após uma série de acontecimentos e lutas feministas por melhores condições de vida e trabalho e pelo direito de voto, nos Estados Unidos e na Europa. (Vinícius Soares/Debate Carajás)

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