Manaus será a primeira cidade brasileira a vencer a Covid-19, aponta estudo

Após ser considerada como um dos epicentros do novo coronavírus (Covid-19) no país, Manaus pode ser a primeira cidade brasileira a ver o tão sonhado controle da pandemia.

É o que conclui a décima edição do boletim ODS Atlas Amazonas, ao analisar que a queda no número de mortes na cidade, antes mesmo da queda do número de casos, indica uma transição para a última fase da pandemia, em Manaus, antes das outras cidades do país.

Com o título sugestivo de “De Epicentro à Redenção: Por que Manaus será a primeira cidade brasileira a vencer a pandemia de COVID-19”, o estudo feito pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) utilizou o modelo logístico para acompanhar o desenvolvimento da doença e prever o número de casos e de óbitos na capital.

A análise do modelo logístico em Manaus destacou um “achatamento” na curva de óbitos acontecendo primeiro do que no da curva de casos, o que, segundo os pesquisadores, aponta para uma tendência de diminuição na velocidade das ocorrências de mortes pela  doença muito em breve, podendo chegar próximo de zero em 17 de junho, daqui a uma semana, assim como uma queda mais lenta no número de casos da doença.

A transmissão da doença deverá perder velocidade até que novas estirpes do vírus surjam, ou que aconteça uma reviravolta caso a imunidade seja temporária, quando uma pessoa que era considerada recuperada e imune volta a apresentar sintomas e a transmitir o vírus, possibilidade que ainda está sendo analisada por ciencistas ao redor do mundo.

Vírus menos letais

A queda no número de mortes, conforme o estudo, também está ligada ao fato de que os vírus presentes na população manauara estão menos virulentos, ou seja, de menor agressividade, o que faz com que menos pessoas precisem de internação, já que menos casos graves acontecem, desacelerando assim a mortalidade da doença na capital amazonense.

Conforme o professor e pesquisador Henrique Pereira, quando uma pessoa infectada com um tipo mais agressivo da doença morre, o vírus perde o hospedeiro e acaba morrendo também, já que ele não existe sem um corpo para poder se reproduzir.

No entanto, um tipo do vírus que não é tão agressivo consegue sobreviver por mais tempo, já que não assassina o seu hospedeiro, podendo se reproduzir e infectar mais pessoas no processo.

“Um parasita obrigatório, como é o caso do Sars-Cov-2, não vive fora do hospedeiro. O vírus ‘esperto’, que causa sintomas leves em uma pessoa saudável, vai se espalhar de forma mais bem sucedida, já que o seu hospedeiro, sem saber que está infectado, vai espirrar, tossir, espalhar o vírus mais facilmente entre a sociedade, tendo mais chance de transmissão. Essa é uma estratégia vitoriosa do vírus no ponto de vista evolutivo”, explicou o professor.

É o que aconteceu na capital amazonense, segundo o estudo, que conclui que Manaus era uma mistura intensa de vírus mais agressivos e menos agressivos, e com o tempo a frequência da versão menos agressiva virou dominante, com mais infecções, já que apesar de ser menos letal, o vírus menos agressivo se espalha com muito mais facilidade do que o agressivo. Ess processo inteligente do vírus é chamado pelos pesquisadores como “trade-off”.

Acritica.com

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