LISBOA (PORTUGAL) – Nesta segunda-feira (24), durante a cerimônia de entrega do Prêmio Camões, em Portugal, ao cantor e escritor brasileiro Chico Buarque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que era “uma satisfação corrigir um dos maiores erros e absurdos cometidos contra a cultura brasileira de todos os tempos”. A fala do petista foi bastante aplaudida.
O gênio da literatura, Chico Buarque foi escolhido para receber o prêmio, em maio de 2019, no entanto, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) não assinou o diploma da premiação. Na época, Bolsonaro chegou a ironizar a situação dizendo que assinaria “até 31 de dezembro de 2026”, dando a entender que seria reeleito, mas ele foi escanteado pelo povo do Brasil.
“Esse prêmio deveria ter sido entregue em 2019 e não foi. Todos nós sabemos por quê. O ataque à cultura em todas as suas formas foi parte importante do projeto que a extrema-direita tentou implementar no Brasil. Se hoje estamos aqui é porque finalmente a democracia venceu no Brasil”, disse Lula em seu discurso.
Durante a cerimônia, ao receber o prêmio, Chico Buarque declarou que “valeu a pena” a espera. No mês de outubro de 2019, o poeta publicou em suas redes sociais que “a não assinatura de Bolsonaro no diploma é para mim um segundo prêmio Camões”.
No evento desta segunda-feira (24), o cantor voltou a agradecer ao ex-presidente por não ter assinado seu diploma no ano em que ele foi premiado para “deixar espaço” para a assinatura de Lula. Em tom irônico, Chico fez duras críticas ao governo Bolsonaro em relação a cultura e artistas do Brasil.
“Lá se vão quatro anos que meu prêmio foi anunciado, eu já me perguntava se me haviam esquecido ou quem sabe se prêmios também são perecíveis”, brincou Chico Buarque em seu discurso. “Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados e ofendidos nesses últimos anos.”
Durante seu discurso, o músico disse que “o Brasil parecia andar para trás nos últimos 4 anos”. E completou: “Aquele tempo foi derrotado nas urnas, mas a ameaça fascista permanece”. Buarque também comemorou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “não sujou” o diploma com sua assinatura e deixou o espaço em branco para Lula chancelá-lo. Portal Debate, com CNN-Brasil)
