Livro sobre massacre de garimpeiros de Serra Pelada será lançado em Marabá hoje

Foto da época do protesto de garimpeiros na Ponte do Rio Tocantins

O iTemnpo e o Programa de Pós-Graduação em História da Unifesspa (PPGHIST) promovem o lançamento do livro sobre o massacre dos garimpeiros da Serra Pelada, hoje (29), às 17h, no Auditório da Unidade I, na Folha 31, em Marabá.

O jornalista e escritor Paulo Roberto Ferreira lança em Marabá, no dia 29 de agosto, o seu novo livro “Encurralados na ponte: o massacre dos garimpeiros de Serra Pelada”. A publicação é fruto de uma pesquisa documental e inúmeras entrevistas jornalísticas sobre a violência e o assassinato praticado pelas forças policiais do Estado do Pará contra os garimpeiros em 29 de dezembro de 1987 na ponte rodoferroviária de Marabá, por onde transita o minério de ferro da Vale.

Os garimpeiros negociavam a manutenção da extração manual do ouro de Serra Pelada e exigiam melhores condições de trabalho, porém foram fuzilados ou obrigados a saltarem de 76 metros de altura para dentro do Rio Tocantins. Muitos estão desaparecidos até hoje.  O livro-reportagem revela o modus operandi do Estado em relação aos conflitos sociais; a disputa entre o governo federal e o governo estadual pelo controle de Serra Pelada; e a disparidade de interesses dentro da categoria garimpeira, que reúne do peão ao empresário.

O ponto de partida do livro foram as reportagens feitas pelo autor desde 1984, incluindo a da desobstrução da ponte sobre o rio Tocantins em 1987. Paulo Roberto Ferreira voltou à região 30 anos depois e colheu novas revelações de pessoas que não conseguem se esquecer da tragédia. O livro é uma forma de preservação da memória para melhor entendimento da história, numa região marcada pelos conflitos gerados por um modelo de desenvolvimento nefasto às populações amazônicas.

O “Encurralados na Ponte” foi editado pela Paka-Tatu e é o terceiro livro do autor. O primeiro foi “O homem que tentou domar o Amazonas”, editado pelo Embrapa; e o segundo foi “A Censura no Pará – a mordaça a partir de 1964”.

Paulo Roberto Ferreira é mestre em Ciências da Educação; trabalhou como repórter, redator e editor de jornais e revistas, com passagem pela imprensa alternativa (Bandeira 3 e Resistência). Foi repórter, apresentador e diretor de TV; e secretário de Comunicação Social. É autor dos artigos acadêmicos “Mais de 180 anos de história da imprensa na Amazônia” e “Após o regatão, o rádio e a televisão”. Participou da coletânea Recortes da Mídia Alternativa, com o artigo “Tempos de Resistência”.

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