Livro furtado de museu paraense, recuperado em Londres, é avaliado em mais de R$ 90 mil

Obra foi recuperada pela Polícia Federal, nesta quarta-feira (1º), em conjunto a Polícia Metropolitana de Londres, na Inglaterra

O livro recuperado pela Polícia Federal nesta quarta-feira (1º), em Londres, que havia sido furtado em 2008 do Museu Emílio Goeldi, em Belém, tem um valor estimado entre R$ 96 mil a R$ 130 mil. A obra, intitulada “Simiarum et vespertilionum Brasiliensium species novae”, foi escrita em 1823 pelo zoólogo alemão Johann Baptist von Spix, reconhecido como o primeiro curador da Academia de Ciências da Baviera em Munique.

Segundo o Emílio Goeldi, Spix, em conjunto com o botânico Carl Friedrich Philipp von Martius, liderou uma importante expedição ao interior do Brasil, financiada por Maximiliano José I, rei da Baviera, entre 1817 e 1820. Essa expedição foi uma das mais significativas em termos de investigação científica no século XIX, especialmente nas florestas tropicais amazônicas. As obras produzidas por Spix, após seu retorno, representam um dos registros mais abrangentes da história natural sul-americana da época.

A obra recuperada é dedicada aos macacos, com uma breve seção sobre morcegos nativos. O texto está em latim e francês para a seção sobre macacos, e exclusivamente em latim para a seção sobre morcegos. O livro possui 38 pranchas em litografia com legendas em latim e alemão.

O Museu Emílio Goeldi agradeceu o trabalho da Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard) e da Polícia Federal, responsáveis pela recuperação da obra. “A colaboração internacional entre essas agências demonstra o poder da cooperação no combate ao tráfico de bens culturais e à proteção do nosso legado comum”, disse a instituição em nota.

Investigação da PF

As investigações da Polícia Federal (PF) tiveram início em 2008, ano em que o livro foi furtado do acervo de obras raras do Museu Emílio Goeldi. Três servidores do museu foram denunciados por peculato culposo em 2011, em decorrência das investigações.

Em dezembro de 2023, a obra a “Reise in Chile und auf dem Amazonstrome” foi recuperada na Argentina, em ação de cooperação jurídica com o país vizinho. Em março deste ano, a obra holandesa intitulada “De India utriusque re naturali et medica”, de Guilherme Piso, também foi recuperada em Londres.

Utilizando diversas bases de dados sobre bens culturais, a PF atua na identificação e rastreamento de itens valiosos desviados, fomentando a cooperação entre as autoridades policiais em diferentes nações.

A PF segue trabalhando para localização e repatriação das obras furtadas e para identificar a autoria do furto e eventuais responsáveis pela venda dos livros. A Polícia Federal atua na salvaguarda do patrimônio cultural ao colaborar ativamente na localização e recuperação de obras de arte roubadas ou ilegalmente comercializadas.

Segundo a instituição policial, a repatriação das obras literárias representa um marco fundamental para o Brasil, demonstrando um compromisso renovado com a preservação do patrimônio cultural e estabelecendo um precedente essencial para a recuperação de elementos históricos. (Com O Liberal)

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