Indígenas defendem isolamento em aldeias por causa de mortes por Covid-19

Foto: Reprodução
A morte de uma indígena da etnia Palikur, no início de abril, por coronavírus, que testou negativo em um primeiro teste, causou alerta na comunidade indígena. Isso porque, a paciente morava na aldeia Kumenê, no Oiapoque, no Amapá, que tem a fama de ser o “ponto mais distante do país”. Além do Amapá, há casos confirmados ou suspeitos entre indígenas no Pará, Roraima e Acre.
O contágio entre as etnias indígenas tem seguido um padrão. Moradores são infectados ao irem a centros urbanos em busca de serviços, alimentos, atendimento médico especializado e dos R$ 600 do auxílio emergencial.
A vítima no Oiapoque, por exemplo, dirigiu por 10 horas por estrada de terra até Macapá para receber atendimento especializado. O corpo retornou para a aldeia, e por sorte, familiares não foram infectados.
Em Roraima, um menino de 15 anos natural da Terra Indígena Yanomami, que morava no município de Alto Alegre, a 87 quilômetros da capital Boa Vista, morreu de Covid-19. Alvanei Xirixana vivia com lideranças indígenas, mas ia à cidade para continuar o ensino fundamental.
Após os casos, a líder comunitária Simone Karipuna e lideranças indígenas no Oiapoque se uniram para controlar quem sai e quem entra na região. Também foram eles os responsáveis por reforçar as indicações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar o contágio. 
Para as lideranças na região norte, uma das saídas é a manutenção do isolamento social, atendimento médico especializado, envio de testes rápidos para aferir o tamanho do problema e envio de recursos para evitar que a população tenha de ir às cidades. E, claro, a união entre os povos em busca de soluções.
Segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), foram confirmadas 16 mortes de indígenas no país. Pouco mais da metade, 9, concentram-se na região do Alto Solimões, no Amazonas.
UOL

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