Helder fecha as portas na ‘hora errada’ do Hospital de Campanha de Marabá

Hospital de Campanha de Marabá - Crédito: Reprodução

Desde o mês de novembro, os estados do sul e sudeste do Brasil vinham dando sinais de aumento no número de casos da Covid-19. Todos os governadores e prefeitos começaram a adotar medidas preventivas para enfrentar uma possível ‘2° onda’ do coronavírus. Hoje (5), 18 estados apresentam aumento no número de mortes pela doença.

No Pará,  o governador Helder Barbalho passou a agir na contramão e fechou os hospitais de campanha montados e aparelhados com leitos de enfermaria e leitos de UTI para atender a população. No entanto, ‘de uma hora para outra’, o número de pessoas infectadas passou a aumentar bastante.

Em Marabá, a população começou a sentir os efeitos do fechamento, no dia 30/11/2020, do Hospital de Campanha, erguido nas instalações do Carajás Centro de Convenções, no dia 14/4/2020, de maneira precipitada e sem nenhum estudo prospectivo, que indicasse o retorno em massa do novo coronavírus.

De acordo com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, no auge da pandemia, o Hospital Municipal (HMM), Hospital Regional (HRSP) e Hospital de Campanha (HC), juntos em Marabá, somavam 103 leitos de enfermaria e 66 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados para atender os 23 municípios, com aproximadamente 1, 2 milhão  de habitantes, na Região do Carajás.

Hospital Regional de Marabá – Crédito: Reprodução

O fechamento do Hospital de Campanha levou com ele 80 leitos de enfermaria e 46 leitos de UTI, deixando apenas 10 leitos de UCE (UTI para Covid-19) no HMM e 10 leitos de UTI no Hospital Regional para atender 1,2 milhão de pessoas, logo, com o aumento no número de atendimento, o serviço oferecido pelas duas casas de saúde começaram a dar sinais de colapso em Marabá.

Por sorte, a maioria dos pacientes infectados ainda está apresentando sintomas leves. O doente realiza a testagem, recebe o medicamento, retorna para casa e fica sendo monitorado. Entretanto, se o ‘caldo azedar’, o Hospital de Campanha deverá ser montado e aparelhado de novo para impedir a morte de pessoas por falta de leitos para doentes com coronavírus.

Diante de denúncias sobre uma possível falta de testes no Hospital Municipal, a Redação do Portal Debate Carajás indagou a Assessoria de Comunicação, porém a possível falta de kits para testes rápidos foi negada e foi informado que houve a contratação de novos médicos para aumentar a quantidade das equipes de atendimento no HMM para pessoas suspeitas de estarem contaminadas pela Covid-19.

“Marabá tinha 2 mil testes devido ao baixo número de casos, o insumo era suficiente, mas durante a semana a demanda aumentou bastante. Diante do rápido aumento, O HMM passou, durante dois dias, a realizar o teste apenas em pacientes graves, porém já chegaram mais 5 mil kits e a partir de hoje (5) a realização de testes voltará ao fluxo normal”, afirma Alessandro Viana, Secretário de Comunicação.

O desmonte atabalhoado do Hospital de Campanha e o aumento repentino do número de pessoas infectadas pela Covid-19 obrigaram a Prefeitura de Marabá a criar novos leitos no HMM. Uma nova ala já está recebendo pacientes. Na estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), os municípios são responsáveis pelo serviço de atenção básica e cabe ao Estado do Pará manter o atendimento de Média e alta complexidade.

Hospital Municipal de Marabá – Crédito: Reprodução

Portanto, cabe ao governador Helder Barbalho se preocupar um pouco mais com o povo da Região do Carajás e, se realmente a temida 2° onda chegar por aqui, não resta a ele outra alternativa, a não ser erguer novamente o Hospital de Campanha, pois os municípios pequenos não possuem estrutura para tratar os pacientes da Covid-19, o HMM e Hospital Regional não terão como abrigar todos os doentes. O problema passa a ser também de ordem matemática, lógico.

A variação entre a quantidade de casos publicada no boletim epidemiológico do dia 29/11 e o do número de infectados do boletim do dia 2/12 foi bastante pequena, logo não existem motivos para se espalhar o pânico na população nem fazer ‘tempestade em copo d’água’. No entanto, a população da Terra de Francisco Coelho tem que recomeçar a fazer a sua parte, ou seja, evitar aglomerações, usar máscara, limpar as mãos com álcool em gel e respeitar o distanciamento social.

Todavia, ao mesmo tempo,  a Prefeitura de Marabá necessita cumprir seu papel constitucional, atendendo as pessoas com conforto, presteza e dignidade, e ‘Seu Helder Barbalho’ deverá adotar, como referência, as medidas implementadas em outros estados para barrar o aumento de casos do novo coronavírus porque essa onda vai demorar, como demorou em março, mas vai chegar a Marabá.

Novos leitos para Covid-19 no Hospital Municipal de Marabá – Crédito: Ascom/PMM.

Fonte: Pedro Souza

 

 

 

 

 

 

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