Guerra vive “apagão de dados” após aumento dos bombardeios na Ucrânia

Quantas pessoas morreram na guerra? Qual lado está vencendo? Com segurança, ninguém consegue dizer
Crédito: Reprodução

Mortos, feridos, quantidade de cidades atingidas, baixas militares, mísseis disparados. Informações como essas são essenciais para contabilizar o drama humano e saber a proporção que o conflito tem. O recrudescimento dos bombardeios, contudo, impede que a mensuração seja feita. Na prática, ocorre um “apagão de dados”. Com isso, o mundo tenta frear a investida militar russa sem conhecer seu real tamanho.

Quantas pessoas morreram na guerra? Qual lado está vencendo? Com segurança, ninguém sabe dizer. Além do embate militar, Moscou e Kiev protagonizam uma guerra de informações, narrativas e versões. O problema é ampliado pois números antagônicos são apresentados pelos governos de Rússia e Ucrânia. Aliado a isso, os poucos dados divulgados não têm sido verificados de forma independente.

Normalmente, agências humanitárias, organizações internacionais e veículos de comunicação fazem esse trabalho. Com o aumento da violência, a maior parte desses atores deixou o país. A guerra, iniciada em 24 de fevereiro com a invasão russa, está prestes a completar um mês. Serviços de inteligência das superpotências mundiais monitoram os desdobramentos do conflito no Leste Europeu. Até mesmo dados de aliados divergem.

“Faltam atualizações”
Na última sexta-feira (18/3), por exemplo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu que não há atualizações sobre quantas pessoas foram mortas em Mariupol. A cidade, uma das que estão há mais tempo sitiadas, recebeu bombardeios contra uma maternidade e um teatro que servia de abrigo, e continua a ser impiedosamente atacada.

Na mesma tendência, a equipe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) deixou o local, prejudicando o socorro e o registro de feridos. Presidente da instituição, o suíço Peter Maurer, em declaração a agências internacionais de notícias, disse que Mariupol é o exemplo mais emblemático da crítica situação para se trabalhar no país. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que tem divulgado o índice de mortes de civis, ressalta que “os números reais são consideravelmente maiores”.

Desencontros
É frequente o desencontro de informações. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirma que mais de 700 civis morreram desde o início da invasão russa. O conselheiro presidencial Oleksiy Arestovych, no entanto, anunciou que 2,5 mil pessoas morreram somente em Mariupol.

Por estratégia ou não, as baixas nas tropas também divergem. Órgãos de segurança dos Estados Unidos afirmam que ao menos 7 mil soldados russos morreram. A Rússia nega e diz que as perdas não chegam a mil.

Estimativas
A Organização das Nações Unidas (ONU) tem produzido estimativas. A entidade monitora o número de refugiados, que passa de 3 milhões, e divulga algumas tendências. Nesta semana, afirmou que a guerra ameaça deixar 90% dos ucranianos abaixo da linha da pobreza. Reconstruir o país custará US$ 500 bilhões.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem contabilizado, mesmo com deficiências, o número de hospitais bombardeados e as vítimas infantis. Organismos como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia também produzem informações sobre a guerra, mas não possuem instrumentos na Ucrânia para um aferimento assertivo. (Portal Debate com informações do Portal Metrópoles)

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