Grupo Mateus: O preço da fortuna bilionária na exploração dos trabalhadores

O Grupo Mateus precisa ser responsabilizado por suas práticas antiéticas e injustas. Os trabalhadores merecem um descanso adequado e justo, e isso deve ser garantido por lei e por empresas que valorizam seus funcionários

EDITORIAL — O Grupo Mateus, uma das maiores redes de supermercados do Brasil, tem se destacado nos últimos anos por sua atuação controversa em relação ao descanso dos trabalhadores em feriados. A empresa não fecha suas lojas em nenhum feriado, sobrecarregando seus funcionários e privando-os do merecido descanso. O trabalhador não recebe nenhuma remuneração adicional pelo trabalho em feriados, o que é um absurdo.

Essa prática, que prejudica os trabalhadores, é inadmissível. Em todos os feriados que compõem os calendários municipal, estadual e nacional, os empregados são obrigados a trabalhar, muitas vezes sem sequer receber uma compensação adequada pelo esforço adicional. É uma afronta aos direitos trabalhistas, que deveriam ser garantidos a todos.

O Sindicato dos Empregados no Comércio de Marabá (Sindecomar) conseguiu uma liminar na Justiça do Trabalho de Marabá obrigando o Grupo Mateus a fechar na Sexta-feira Santa, mas o grupo varejista conseguiu uma nova decisão em Belém permitindo a abertura das lojas em horário normal de funcionamento. Essa atitude é um desrespeito à justiça e aos direitos dos trabalhadores.

Diante desse cenário, o sindicato laboral também protocolou dois pedidos em Belém e Brasília contra a decisão favorável ao Grupo Mateus, mas até o momento, nenhum desses pedidos foi decidido. Isso mostra a resistência da empresa em respeitar os direitos trabalhistas e a necessidade de uma mobilização ainda maior por parte da sociedade para pressionar por uma mudança nessa situação.

Os trabalhadores, por sua vez, estão sendo coagidos e obrigados a trabalhar em feriados, o que afeta seu bem-estar psicológico e emocional. É inaceitável que a empresa ignore completamente o direito dos trabalhadores a um descanso adequado e justo.

Além disso, o Grupo Mateus precisou ser obrigado pela Justiça a reajustar o salário de seus funcionários. O vale-alimentação, por exemplo, subiu apenas R$ 5 em 5 anos, ou seja, um aumento de R$ 1 por ano. Isso é uma clara corrosão do valor real do benefício em face da inflação, o que pode prejudicar seriamente a segurança alimentar dos trabalhadores. É absurdo e lamentável que uma empresa tão grande e rentável trate seus funcionários dessa forma.

Enquanto isso, o empresário Ilson Mateus, dono do Grupo Mateus, se consolida como o único bilionário do Norte e Nordeste do Brasil na lista mundial da Forbes, com fortuna estimada em R$ 1,7 bilhão. É inadmissível que uma fortuna seja construída à custa da exploração da força de trabalho dos empregados.

O Sindecomar tem tido um papel fundamental na defesa dos trabalhadores contra essa prática abusiva. É importante que outras entidades se unam para apoiar essa luta e garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados.

O Grupo Mateus, por seu turno, precisa ser responsabilizado por suas práticas antiéticas e injustas. Os trabalhadores merecem um descanso adequado e justo, e isso deve ser garantido por lei e por empresas que valorizam seus funcionários. É hora de denunciar essa prática abusiva e lutar pelos direitos dos trabalhadores.

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