Governo do Pará anuncia suspensão de aumento na tarifa de balsas no Marajó

A Henvil Transporte emitiu um comunicado confirmando a suspensão do reajuste nas travessias para Belém/Caramá, Soure/Salvaterra e Salvaterra/Cachoeira do Arari.

Após cinco dias de mobilização, o Governo do Estado cancelou o reajuste na tarifa de transporte hidroviário na linha Icoaraci/Camará, em Salvaterra, na Ilha do Marajó. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (20), durante uma reunião virtual entre a liderança do movimento e os representantes do governo.

A reunião contou com a participação da Malungu, lideranças quilombolas do Marajó, da Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos de Transporte (Artran), do líder do Governo na Alepa, deputado Iran Lima, do secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado, e do secretário de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos, Jarbas Vasconcelos do Carmo.

A Henvil Transporte emitiu um comunicado confirmando a suspensão do reajuste nas travessias para Belém/Caramá, Soure/Salvaterra e Salvaterra/Cachoeira do Arari. A empresa afirmou que, na próxima segunda-feira (24), haverá uma reunião entre representantes do Governo do Estado, da Henvil e das comunidades afetadas para discutir o escalonamento da aplicação da tarifa.

Entenda

A Associação de Transportadores de Cargas e Logística do Marajó (Atransmar), polo Arari, paralisou as atividades no último domingo (16), no Porto do Camará, em Salvaterra, contra o aumento dos preços das passagens de caminhões e automóveis, considerado excessivo pela categoria. O aumento é no transporte na linha Icoaraci-Camará e estaria de acordo com uma resolução da Agência de Regulação e Controle de Serviços (Arcon). No entanto, o aumento de 23%, segundo a presidente da Atransmar, Shyrley Pedrosa, é abusivo.

“Esse aumento a gente considera fora do normal, no sentido de que é mais de 23% esse aumento. Sendo que a sala vip teve um aumento de 100%. Nós somos caminhoneiros, trabalhamos com carga para o Marajó. O que acontece é que um caminhão que antes a gente pagava R$992, hoje estamos pagando R$1.222, ou seja, R$230 a mais, só na passagem, o que já era caro, ficou mais ainda”, disse.

Nesta quarta-feira (19), policiais militares usaram bala de borracha e bombas de efeito moral para dispersar manifestantes que bloqueavam uma via de acesso ao porto da foz do rio Camará, em Salvaterra, no arquipélago do Marajó. Manifestantes ficaram feridos durante a ação.

Os manifestantes pertencem à comunidade quilombola Vila União e realizaram o ato em apoio aos caminhoneiros, que alegam que o aumento no preço das passagens para caminhões e automóveis é abusivo. O reajuste afeta o transporte na linha Icoaraci-Camará.

Por meio de nota, o Grupo de Juventude Negra Quilombola Abayomi repudiou veementemente a violência cometida pelo Estado do Pará contra quilombolas e demais manifestantes que, de forma pacífica, protestavam contra o aumento abusivo das tarifas do transporte hidroviário na região do Marajó.

O Ministério Público Federal (MPF) requisitou, nesta quinta-feira (20), às autoridades do Pará, a apuração da ação praticada ontem (19) pela Polícia Militar (PM) contra comunidades quilombolas que realizavam protesto em Salvaterra, no arquipélago do Marajó. O MPF aponta que o protesto contra o aumento dos preços das passagens de balsa era pacífico, mas a intervenção policial foi violenta, abusiva e desproporcional. (Com Notícia Marajó)

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