Marcelo Miranda, oriundo de uma família que há décadas atua na política e na agropecuária do Tocantins, iniciou sua carreira parlamentar no estado no início da década de 1990.
Filho de Brito Miranda, que foi parlamentar e figura proeminente na Assembleia de Goiás quando o estado ainda incluía o território de Tocantins, ele se elegeu deputado estadual por três vezes consecutivas, em 1990, 1994 e 1998.
Herdeiro do capital eleitoral da família, venceu a disputa para governador pela primeira vez em 2002 e se reelegeu quatro anos depois. No meio do segundo mandato, no entanto, Miranda foi alvo de uma denúncia de fraude por parte de seu adversário no estado, Siqueira Campos.
Acusados de utilizar programas sociais com a finalidade de distribuir recursos a eleitores — e assim interferir no resultado do pleito que o elegeu —, Marcelo Miranda e seu vice, Paulo Sidnei, acabaram cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2009.
Na época, a defesa do político sustentava que os programas sociais questionados eram necessários para o benefício da sociedade. Dizia ainda que as falas do governador sobre seus feitos durante a campanha não justificavam a cassação.
“É inerente ao sistema da reeleição que um chefe do Executivo, a partir do primeiro dia de governo, programe a sua reeleição”, afirmou a defesa, na época.
Além de perder o mandato, Miranda ficou inelegível por oito anos devido à cassação, o que o fez perder o direito a uma cadeira no Senado conquistada nas eleições de 2010. O político, no entanto, voltou a se lançar ao governo do estado já em 2014 e teve a candidatura acatada pelo TSE.
Eleito pela terceira vez, o governador foi novamente impedido de terminar o mandato sob a acusação de irregularidades. Em março de 2018, o TSE votou pela cassação dos mandatos de Miranda e sua vice, Cláudia Lélis (PV), por arrecadação ilícita de recursos para a campanha.
A defesa de Miranda, à época, afirmou que as mensagens de Whatsapp que compunham a denúncia haviam sido obtidas de modo irregular, o que anularia a investigação. Além disso, dizia não haver provas de que os recursos apreendidos eram destinados à campanha eleitoral. Procurada, a assessoria de Marcelo Miranda para comentar as acusações, mas o ex-governador preferiu não comentar o assunto.
Siqueira Campos: renúncia no último mandato