Jovem com duas vaginas conta como é viver com a anomalia

Maysa Rodrigues conta detalhes da vida nas redes sociais.
Maysa Rodrigues é criadora de conteúdo e responde dúvidas sobre a condição do "útero duplo"

Aos 17 anos de idade, em sua primeira consulta ginecológica, a cuiabana Maysa Rodrigues descobriu que tinha uma anomalia congênita: ela nasceu com útero didelfo, também conhecido como útero duplo, uma condição rara que atinge 1 em cada 3 mil mulheres.

Menstruação com frequência irregular, cólicas intensas e dor durante a relação sexual são alguns dos sintomas. Mulheres com útero didelfo possuem dois úteros, dois colos e dois canais vaginais. Externamente têm uma vulva, um clitóris e o canal da uretra — o que faz com que essa condição seja quase imperceptível.

“A primeira observação que meu ginecologista fez foi: ‘Você não poderá ter filhos. Se acontecer, chegará só ao sexto mês. Prepare-se’. Era um alerta sobre os riscos de aborto espontâneo e parto prematuro. Um ano após essa consulta engravidei, aos 18. O Miguel nasceu de 32 semanas (8 meses), e ficou um mês na incubadora. Depois de quase dois anos tive o Lucas. Ambos foram gerados no útero direito e nasceram por cesárea”, revela.

“Tive dificuldade de me conhecer e entender que esse problema me bloqueava. Já senti medo me machucar durante o sexo, senti medo ao saber sobre limites para gestações… Mas trazer a minha história para o público, nas redes, é um tabu a enfrentar.”

A maioria das pessoas acha inconveniente que eu fale sobre ter dois úteros e dois canais vaginais. Lido com assédio e comentários grotescos, que gostaria de não ter que lidar. Por outro lado, é satisfatório levar minha experiência a outras mulheres e poder dar dicas de autoconhecimento.

Sucesso nas redes por falar com sinceridade

Maysa trabalha como influenciadora há um ano. No Instagram, YouTube e TikTok ela é @isacamaroo e tem feito sucesso contando sua história e respondendo, sem papas na língua, as perguntas mais indecorosas sobre o assunto.

O vídeo em que conta detalhes da pior transa de sua vida, por exemplo, já foi visto mais de 2,6 milhões de vezes no TikTok.

Sucesso nas redes por falar com sinceridade Maysa trabalha como influenciadora há um ano. No Instagram, YouTube e TikTok ela é @isacamaroo e tem feito sucesso contando sua história e respondendo, sem papas na língua, as perguntas mais indecorosas sobre o assunto.

O vídeo em que conta detalhes da pior transa de sua vida, por exemplo, já foi visto mais de 2,6 milhões de vezes no TikTok.

Ela conta que até levar o assunto pras redes não tinha conhecido ninguém com a mesma anomalia. “Antes eu me sentia sozinha por ser diferente. Então vi que tinha que continuar porque muitas mulheres têm dúvidas e perguntam sobre tudo. Algumas entram em contato pedindo conselhos e querendo compartilhar as mesmas experiências. Uma seguidora me disse: ‘Com você estou me aceitando e entendendo que essa diferença me torna única, uma em um milhão’. O retorno disso tudo é ver mulheres como eu, com um órgão sexual duplo, se amarem e se aceitarem.” (UOL)

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