Fala do escritor Airton Souza é duramente criticada por colegas em Marabá

“O pavão perdeu as plumas”. Postura arrogante teria ocorrido, durante encontro da Academia de Letras de Rondon do Pará e Região (ALERPRE ), na noite de sábado (4), na sede do Serviço Social do Comércio (Sesc), localizado da Avenida Transamazônica, Núcleo Cidade Nova.
Escritor Airton Souza - Foto: Reprodução

PARAUAPEBAS (PA) – Durante uma noite marcante para a literatura de Marabá, a Academia de Letras de Rondon do Pará e Região (ALERPRE ) escolheu a cidade de Francisco Coelho para realizar seu encontro trimestral em 2023. O ambiente acertado para realização do encontro dos “imortais” ocorreu na sede do Serviço Social do Comércio (Sesc), localizado da Avenida Transamazônica, Núcleo Cidade Nova, na noite de sábado (4), em que tudo conspirava para ser um sucesso total.

Tudo ocorria como planejado. O salão nobre do Sesc foi caprichosamente organizado com antecedência sob os cuidados das “imortais” que representam a academia em Marabá. Tudo muito simples e com o bom gosto dessas mulheres exigentes e detalhistas. Tudo teria que estar perfeito para essa noite de gala que seria o encontro da sociedade com a cultura literária.

A ALERPRE, como de costume, selecionou nomes de personalidades com relevância cultural e literária para ser homenageados. Com esse rigoroso critério, foram selecionados os nomes abaixo que receberiam as homenagens da noite:
• José de Jesus Marque de Sousa (Mestre Griô) – cantor e compositor reconhecido pelo Ministério da Cultura como referência;
• Airton Souza de Oliveira– escritor com mais de 30 livros publicados e vários prêmios literários, inclusive em premiação nacional;
• Gabriela Silva – contadora de histórias com relevante trabalho de difusão literária e incentivo à leitura; e
• Manoel dos Reis (Mestre Dos Reis) – professor e ativista cultural com uma longa história de rica contribuição na arte e no folclore de Marabá.

Os escolhidos, sem dúvidas, reuniam todas as qualidades para merecerem as honras conferidas pela Academia. Cada um na sua área, somava todos os pré-requisitos exigidos para serem apresentados ao público marabaense como referência pelos serviços prestados e contribuições na elevação da cultura e da literatura local.

No entanto, a Academia de Letras pecou em não incluir um critério para a escolha dos homenageados: “A NOBREZA DA ALMA”. E esse é um critério que não é tão difícil de ser avaliado, pois, por mais que o sujeito queira disfarçar ou simular, uma “alma esnobe”, acaba se entregando pela sua forma de agir nos detalhes pequenos do dia-a-dia e esse pequeno detalhe quase coloca tudo a perder durante a cerimônia.

Um dos homenageados, o escritor Airton Souza, no momento do seu discurso de agradecimento, ao invés de aproveitar seu momento de glória, sua justa homenagem, saiu com essa pérola: “Eu só aceitei essa homenagem porque foi indicação de tal membro. Se fosse de outra pessoa dessa Academia, talvez eu não teria aceito. Talvez não”. Demonstrando desprezo e arrogância que deixaram os presentes boquiabertos.

Como identificar a nobreza da alma? Não é tão difícil assim descobrir um ser de alma esnobe, o que eu chamo também de “alma sebosa”. Basta apurar os olhos e os ouvidos e você se tornará um expert na identificação desses seres humanos de baixa luz. Eles sempre estão falando de si próprio, seja exaltando suas glórias ou suas misérias ao vento.

“Ah!!, eu carreguei sozinho a literatura de Marabá. Eu já publiquei tantos livros, agora quero ajudar vocês”. “Eu passei fome, ‘comi o pão que o diabo amassou’, superei a miséria, blá, blá, blá…”. Geralmente, essas pessoas que vivem se pavoneando e exaltando suas virtudes ou suas fraquezas, possuem um complexo de inferioridade e um trauma de infância mal resolvido.

Esses indivíduos gostam de se colocar como vítimas da sociedade, adoram se colocar como exemplo de superação e até se vangloriam de sua miséria. Fazem de tudo para suprir sua carência afetiva e, não raras vezes, costumam ser arrogantes e prepotentes. No fundo, escondem – ou tentam esconder – um espírito pobre e doentio e são incapazes de utilizar da sua energia criadora para o próprio bem. Se camuflam por trás de uma suposta humildade que nunca existiu.

Diante do ocorrido, achamos lamentável que um escritor com a história de sucesso e reconhecimento, como o Airton Sousa, aja de forma tão deplorável a ponto de quase tirar o brilho do evento da Academia de Letras. Felizmente, os membros da ALERPRE foram discretos e não reagiram à grosseria do rapaz.

Enfim, tudo terminou bem, mas merece uma reflexão para que a reputação dos demais escritores não fiquem maculadas pelo mal exemplo de um esnobe. Afinal, como diz Esopo, um escritor da Grécia Antiga: “Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar”.

A Reportagem do Portal Debate entrou em contato com Airton Souza a respeito das acusações, mas o escritor preferiu não se pronunciar sobre o ocorrido durante a cerimônia da Academia de Letras de Rondon do Pará e Região.  (Texto do Professor e Escritor Luiz Vieira da cidade de Parauapebas) 

Imortais – Foto: Redes Sociais

Matéria editada às 13h10, de 10/3/2023.

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