Especialistas reforçam alerta sobre saúde mental de gestantes

Os cuidados com a saúde mental durante a gestação impactam diretamente no pós-parto
Crédito: Reprodução

O Janeiro Branco é uma campanha que tem como objetivo democratizar as informações sobre saúde mental e emocional. Além disso, visa também o combate ao preconceito relacionado aos transtornos mentais.

Dados de pesquisas de âmbito mundial mostram índices preocupantes sobre a saúde mental e emocional. Em 2017, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou um relatório com apontamentos de que 322 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com depressão, a maioria mulheres.

O resultado da pesquisa também mostra que uma a cada três pessoas convive com distúrbios relacionados à ansiedade. Além disso, alerta para o fato de o Brasil liderar estas estatísticas negativas. De acordo com o resultado, o pais é o campeão mundial em casos de ansiedade e o primeiro em ocorrências de depressão da América Latina.

A OMS, elenca diversos fatores podem colocar em risco a saúde da mente dos indivíduos, entre eles: rápidas mudanças sociais, condições de trabalho estressantes, discriminação de gênero, exclusão social, estilo de vida não saudável, violência e violação dos direitos humanos. A promoção da saúde mental envolve ações que permitam às pessoas adotar e manter estilos de vida saudáveis.

Diante deste cenário preocupante da saúde mental, especialistas alertam para o aumento dos casos de depressão no período gestacional e pós-parto. O alerta é ampliado na campanha “Janeiro Branco” para que a problemática seja discutida em âmbito mundial e a partir disso fomentar o desenvolvimento de políticas públicas.  De acordo com os especialistas, as gestantes aparecem como público importante na atenção emocional ao longo do período gestacional e no pós-parto.

Dados da pesquisa realizada pela College London, revelam que a depressão pós-parto mais que dobrou na Europa durante o primeiro semestre de 2020, se comparado com o mesmo período pré-pandemia, passando de 23% para 47,5% de casos. No entanto, os cuidados com a saúde mental durante a gestação também têm recebido atenção, já que impacta diretamente no pós-parto.

Para a psicóloga, Raissa Reis, que desempenha o papel de doula há dois anos. É fundamental o amparo tanto no período gestacional quanto no pós-parto. Ela que passou por experiências que afetou seu estado emocional tem  dedicando-se  à causa.

“Amparar essa mulher emocionalmente é uma de nossas maiores funções durante toda gestação, parto e pós-parto. A maioria das mulheres que desejam um parto normal ou cesariana com real indicação, se sente perdida e desestimulada. Muitas vezes ela não é apoiada pelos profissionais, amigos e até família, o que reflete uma cultura de tutela dos corpos femininos. Esse fator impacta diretamente em como essa mulher se sentirá, podendo desencadear processos de medo e insegurança, que sinalizam desde a gestação os desafios do maternar”, declara Raissa.

Segundo o psicólogo Renan Oliveira, que atua no atendimento assistencial do complexo hospitalar da Beneficente Portuguesa, em Belém, são diversos fatores que norteiam o estado emocional da gestante; Ele acentua que esta diversidade parte das particularidades de cada mulher. Ressalta ainda que todas as mudanças geram impactos emocionais. “É primordial ouvir a mulher, saber se essa gravidez dela foi desejada, se ela tem o suporte da família, se tem a presença do pai, do seu companheiro, se ela está confiante ou insegura, isso tudo tem que ser levado em conta e ser respeitado, para que ela seja tratada sempre como protagonista”, avalia o psicólogo. Com informações do G1 e Educa Mais Brasil)

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