Em Marabá, profissionais de saúde básica das UBS’s ganham formação sobre hanseníase

O projeto realizado anualmente, durante o mês de janeiro, nas UBS’s de Marabá tem por objetivo conscientizar e tratar de forma precoce os casos da doença no município.
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Nesta sexta-feira, 27, no Plenarinho da Câmara Municipal de Marabá, foi a vez dos profissionais  médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e  agentes comunitários de saúde das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), participaram da terceira etapa das palestras alusiva à campanha Janeiro Roxo, com a temática “Hanseníase e Reações Hansênicas, do diagnóstico ao Manejo Clínico”. O projeto realizado anualmente, durante o mês de janeiro, nas UBS’s de Marabá tem por objetivo conscientizar e tratar de forma precoce os casos da doença no município.

A médica dermatologista e hansenóloga do Hospital Municipal de Marabá (HMM), Dyana Melkys, uma das palestrantes durante o evento, destaca a importância dessa formação acadêmica aos profissionais de Marabá, visto que a região passa por um quadro de epidemia da Hanseníase e muitos pacientes abandonam o tratamento.

“Durante o mês inteiro, nós passamos aos postos de saúde para conscientizar sobre a doença, e agora estamos terminando, com muita maestria, essa Campanha de Conscientização desenvolvida em parceria com a SMS. É importante para o profissional se aprimorar sobre essa patologia, e possamos cada dia mais fazer melhores diagnósticos, tratar melhor a esses pacientes, e assim não haja tanta incapacidade e dificuldade na rotina diária, como trabalho e convívio social”, explica.

Marabá atende casos novos, em tratamento, e também pacientes em trânsito, o que traz maiores índices em diagnósticos e promove ao município referência em tratamento precoce. “Essa campanha está sendo bastante positiva. E claro que depois disso, com os profissionais bem treinados, inclusive nos postos de saúde, teremos muito mais diagnósticos. O que não é ruim para o município, mas significa que estamos à frente nessa busca de diagnósticos e assim poder tratar como um todo”, enfatiza.

A coordenadora do Programa de Doenças Crônicas da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá, Priscila Lobato, afirma que é indispensável a formação com profissionais das UBS’s, pois são os responsáveis pelo primeiro diagnóstico, principalmente os ACS’s. “São eles que fazem essa primeira busca ativa de pacientes, para que haja diagnósticos precoces, e assim o usuário seja tratado dentro da atenção primária, e consequentemente não chegue à média e alta complexidade, para não haver uma certa lotação nos hospitais, tanto da cidade quanto a nível estadual e nacional”, reitera.

Priscila Lobato, enfermeira coordenadora de Doenças Crônicas da SMS

O agente de saúde, Samuel Silva, atua há 7 anos na área e afirma que o evento é essencial para que eles se mantenham atualizados. “Desde que comecei a atuar como agente, sempre tive treinamentos sobre a hanseníase e essa formação é importante para a gente promover a educação em saúde, e passar as informações corretas aos pacientes e familiares. Porque são casos que aumentam se não tratarmos os pacientes. Não só eles mas a família toda. Isso é necessário para que essa doença não se propague mais e mais”, comenta.

Samuel Silva, ACS

A hanseníase é uma doença que ataca a pele e os nervos. Os principais sintomas são: manchas (esbranquiçadas, amarronzadas e avermelhadas) na pele com mudanças na sensibilidade, sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; inchaço e dor nas mãos, pés e articulações; dor e espessamento nos nervos periféricos; redução da força muscular, sobretudo nas mãos e pés; caroços no corpo; pele seca; olhos ressecados; feridas, sangramento e ressecamento no nariz; febre e mal-estar geral.

Na presença desses sintomas, é importante procurar logo uma UBS. Caso a pessoa esteja com a doença, a orientação é que as pessoas com as quais o doente teve contato próximo e constante também sejam examinadas. O tratamento da hanseníase é medicamentoso e uma vez iniciado o tratamento, o paciente não transmite mais o bacilo. No entanto, é importante não abandonar o tratamento.

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