MARABÁ (PA) – Nos últimos meses, os mais de 185 mil eleitores de Marabá, cidade polo do sudeste do Pará, tentam se certificar dos nomes de pré-candidatos a prefeito da “Terra de Francisco Coelho”, porém a tarefa não anda sendo fácil, porque o cenário político eleitoral, para o dia 6 de outubro de 2024, continua totalmente indefinido, pois ainda não existe uma lista fechada dos candidatos que irão se enfrentar na busca pela preferência do eleitor a partir do dia 16 de agosto de 2024.
A última pesquisa eleitoral, realizada no mês de fevereiro pelo Instituto PRIUS, destinada ao chamado “consumo interno”, mostrou o deputado “Chamozinho” (MDB) com a preferência do eleitorado. Já o vice-prefeito Luciano Dias (PSD) melhorou os números, mas, na avaliação de diversos analistas políticos, a guinada para o alto ainda não foi suficiente para derrotar o líder nas pesquisas de intenção de votos, embora o nome do deputado estadual tenha “encolhido” bastante nas últimas avaliações de intenção de votos.
Para a classe política, o ex-prefeito da cidade de Curionópolis, “Chamozinho”, especializou-se em adiar o lançamento de sua pré-candidatura. Já o Prefeito Sebastião Miranda (PSD) anda meio recluso quando o assunto é o seu sucessor para ficar à frente da Prefeitura Municipal de Marabá (PMM). Como dizia minha avó Felipa Souza, Tião Miranda e “Chamozinho” praticam o conhecido jogo do “gato e rato”, porque ninguém coloca a “cabeça na crista da onda para não ser torpedeado” pelo fogo inimigo muito cedo.
Para muitos, o silêncio de “Chamozinho” não está ligado somente ao atraso para entrar na briga devido aos gastos milionários antecipados de uma campanha para prefeito. O deputado estaria, na verdade, aguardando um movimento definitivo de Sebastião Miranda, porque já existem sinais de abandono da campanha de Luciano Dias, por parte do atual gestor de Marabá, devido à falta de ganho da musculatura eleitoral esperada e pouca subida nas pesquisas. O prefeito de Marabá não anda mais sendo visto abraçado com seu antigo companheiro de chapa nas eleições de 2020.
Na verdade, Tião Miranda encontra-se na chamada “sinuca de bico”. Para fora do “cercadinho”, ele não deixa claro se manterá o apoio a Luciano Dias, todavia não emite sinais de quem será o novo escolhido, caso desista de apoiar seu amigo pessoal. Para embaraçar ainda mais o “jogo político”, “Chamozinho” sabe que a mesma pesquisa realizada pelo Instituto PRIUS, indica que a aprovação do governo Sebastião Miranda (entre “regular”, “bom” e “ótimo”) alcança cerca de 90% da preferência do eleitor de Marabá e isso é um dado preocupante para ele e decisivo em uma eleição.
No entanto, hoje em dia, a pesquisa PRIUS mostra que mais de 60% do eleitorado opta por votar em um “nome novo” para comandar a Prefeitura de Marabá. Como se diz nos bastidores, Tião é “macaco velho” na política e possui uma leitura do cenário eleitoral como nenhuma outra pessoa. Ele está jogando conforme a sua alta popularidade permite. Tião tem dito que “quem tem pensamento fixo é doido”. Coisa que ele não é. O prefeito está “jogando parado” à espera da definição de uma possível mudança natural no cenário ou uma sinalização de apoio do governador Helder Barbalho (MDB).
Para muitos, “Chamozinho” tem receio do peso da máquina administrativa e da enorme aceitação popular de Tião Miranda no caso de uma disputa entre o deputado e um candidato bem avaliado e apoiado pelo do atual gestor de Marabá. Como ainda faltam quase 7 meses para o dia da votação, uma estratégia acertada e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém, portanto Tião e Wenderson Chamon se comportam igual a uma cobra sucuru à espreita: só com a cabeça de fora.
Diante deste cenário, sem pressa, Tião Miranda pode optar em seguir com o apoio a Luciano ou indicar o candidato a vice-prefeito em uma composição com o deputado bolsonarista Toni Cunha (PL). O político poderá escolher também o empresário Sebastião Miranda Neto, conhecido como “Tiãozinho Miranda”, para sucedê-lo. A mesma pesquisa PRIUS mostra “Tiãozinho”, coçando os calcanhares de líder de “Chamozinho”. Para parte do estafe do Prefeito, nenhuma opção está descartada, pois, na pior das hipóteses, Sebastião Miranda poderia se juntar ao líder nas pesquisas, caso role um acordo, ou não apoiar nenhum candidato nas eleições de 6 de outubro de 2024. Tudo é possível.
De certo mesmo, a candidatura do deputado Dirceu Ten Caten (PT) e da advogada Irismar Melo (PP) são as únicas que já foram confirmadas, embora Luciano Dias esteja seguindo com a sua pré-campanha. Já “Tiãozinho”, se conseguir o apoio do tio visto como o melhor prefeito da história de Marabá, deverá aumentar a “dor de cabeça” de Wenderson Chamon, pois o perfil do empresário se encaixa no desejo da maioria da população que anda em busca de um político novo para cuidar da população de Marabá. Para o eleitor ansioso, só resta aguardar a “carruagem passar” para avaliar em quem irá votar. (Pedro Souza)
