Eleição do Sindecomar pode terminar em morte

O clima entre a chapa da situação, encabeçada pelo candidato, João Luís da Silva Barnabé, intitulada Transparência, e a chapa de oposição Hora de Mudar, liderada pelo candidato, Márcio Alves de Jesus, no interminável processo eleitoral para escolha do presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio do Município de Marabá  e Sul do Pará (Sindecomar) continua muito tenso, com campanhas difamatórias nas redes sociais e tentativa de intimidação com exibição de arma de fogo.

“Se a 2ª Vara do Trabalho de Marabá não assumir as rédeas do processo eleitoral, pode ocorrer uma tragédia em Marabá”, disse um trabalhador de uma grande loja atacadista que não quis se identificar por medo de represálias. Denúncias sobre o não fornecimento de lista de votantes, exclusão de membros da chapa de oposição da lista de votantes, seguranças impedindo a comissão eleitoral de entrar em várias empresas, urna eleitoral em parada de ônibus, urna itinerante que nunca chegou a várias empresas, eleitores de outros municípios na lista de votantes e dezenas de tentativas de se burlar o regimento eleitoral estão fazendo parte das eleições do Sindicato dos Comerciários.

Suspensa pela terceira vez pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, a eleição do Sindecomar vem se tornando um caso de polícia.  A chapa Hora de Mudar alega que o Ministério Público do Trabalho não investiga as denúncias nem se posiciona a respeito da solução do impasse. O Portal Debate Carajás investigou e chegou a conclusão de que a eleição está impregnada de interferência de ‘patrões’. O fato de uma empresa não permitir que a urna entre no estabelecimento comercial, já é suficiente para se identificar a intrusão de empregadores no processo eleitoral. Outro elemento identificador é a demissão de trabalhadores que declaram o voto na chapa de oposição.

As redes sociais anunciaram, ontem (19), a penhora da sede do Sindecomar, localizada no bairro Marabá Pioneira, por causa de dívidas da entidade sindical. O mais sensato neste momento é que se a chapa de situação e a chapa de oposição possuem certeza da vitória, o processo deverá transcorrer de maneira natural dentro de um processo democrático. Por sua vez, a comissão eleitoral deverá cumprir seu papel regimentar, entregando a lista de votantes correta, dentro do prazo e não utilizar-se de artifícios e tramoias para prejudicar tanto a chapa de oposição quanto a chapa da situação e deixar o trabalhador escolher o melhor para a categoria em um processo eleitoral livre e democrático.

Os comerciários de Marabá não merecem passar por tantas suspensões das eleições e futricas. Se a Justiça do Trabalho já suspendeu o processo eleitoral três vezes, desde novembro de 2019,  é porque existe insistência em se tentar ganhar a eleição ‘no grito’. Na última terça-feira (18),  homens portando arma de fogo, foram vistos de ambos os lados durante a votação que foi suspensa novamente. De acordo com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, a nova data para a eleição do Sindecomar foi marcada para o dia 19 de março de 2020. “Durma-se com um barulho desse”.

Debate Carajás

 

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