EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO – Agentes da Polícia Federal (PF) realizaram, nesta quinta-feira (2), em Belém, busca e apreensão de celulares e documentos, na residência de duas pessoas, suspeitas de fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2021, no Estado do Pará.
De acordo com as investigações, a fraude foi possível porque, no último domingo (28), um dos suspeitos, enquanto fazia o exame, conseguiu utilizar o celular para se comunicar com pessoas que estavam fora do prédio. Esse investigado fez a prova em uma escola do município de Benevides, na Região Metropolitana de Belém.
O suspeito repassou fotos das questões a especialistas nos temas das provas, e o outro suspeito ficou responsável por fazer os pagamentos aos especialistas, apontam as investigações. Na residência alvo dos mandados de busca e apreensão, a PF encontrou caderno com um gabarito do exame e números de pix de pelo menos sete especialistas contratados.
Esquema denunciado
O esquema foi denunciado por um dos especialistas contratados. Antes da prova ele foi procurado por uma pessoa que se apresentou como estudante e pediu que o especialista resolvesse questões do estilo das aplicadas pelo Enem nos últimos anos.
Na manhã do último domingo (28), um dos suspeitos enviou o pagamento ao especialista, informando que, à tarde, seriam enviadas as questões e que o estudante precisava das respostas até as 17 horas. A fraude já estava em andamento.
O falsário enviou fotos de um caderno de questões do Enem foram ao especialista, no início da tarde, e na maioria das imagens tinha sido apagada a informação do ano de aplicação da prova. No entanto, em uma das fotos ainda constava a informação de que o caderno era da edição deste ano do Enem 2021.
Investigações prosseguem
Os objetos apreendidos vão passar por perícias da equipe de investigação do caso. Os investigadores também apuram a suspeita de que não houve controle da entrada de celulares nas provas aplicadas na escola de Benevides onde um dos suspeitos participou do exame.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Justiça Federal. O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à Justiça manifestação favorável à expedição dos mandados. As investigações seguem em andamento e, nos próximos dias, haverá desdobramentos.
A legislação preconiza que a pena por fraudes, em concurso público, pode chegar a 4 anos de prisão, além de multa. Se o crime resulta em dano à administração pública, a pena aumenta para até seis anos de reclusão. O MPF deverá solicitar o indiciamento dos suspeitos de fraudes durante a realização das provas do Enem. (Portal Debate Carajás, com Ascom/MPF)