Deltan Dallagnol pede exoneração do MPF e deve sair candidato

Ex-coordenador da Lava-Jato em Curitiba afirma que pretende ajudar a desfazer retrocessos no combate à corrupção
Foto: Agencia O Globo

O procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava-Jato em Curitiba, seguiu o caminho do ex-juiz Sergio Moro. Ele pediu exoneração do Ministério Público Federal e deve sair candidato nas próximas eleições. Pelo Twitter, ele confirmou a saída do MPF, mas não a possível candidatura.

“Após mais de 18 anos de trabalho em amor ao próximo, estou saindo do Ministério Público e queria contar a você o porquê. Minha vontade é fazer mais, fazer melhor e fazer diferente diante do desmonte do combate à corrupção que está acontecendo”.

Em um vídeo publicado no YouTube, Dallagnol disse apenas que, fora do MPF, vai poder avaliar com mais liberdade o caminho a seguir e o que poderá fazer em defesa das teses em que acredita, como o fim da impunidade e de leis que dificultam o combate à corrupção.

Dallagnol é alvo de investigações no Conselho Nacional do Ministério Público por sua atuação durante a Lava-Jato.

No início de outubro, foi condenado a pagar indenização de R$ 40 mil ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), devido a postagens feitas no Twitter durante a eleição para presidência do Senado. A decisão foi do juiz Ivan Vasconcelos Brito Junior, da 1ª Vara Cível de Maceió. O procurador pode recorrer.

Em 2019, Dallagnol se manifestou pelo Twitter: “Se Renan for presidente do Senado, dificilmente veremos reforma contra corrupção aprovada. Tem contra si várias investigações por corrupção e lavagem de dinheiro. Muitos senadores podem votar nele escondido, mas não terão coragem de votar na luz do dia”.

O juiz considerou que foram violados princípios como vida privada, honra e imagem, e que as manifestações do então procurador foram ofensivas e imputaram fatos criminosos em período eleitoral, o que teria gerado abalo entre os eleitores.

A mesma postagem já havia sido alvo de censura pelo plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em 2020. Os conselheiros entenderam que as mensagens configuraram quebra de decoro funcional. O procurador fez, entre 9 de janeiro e 3 de fevereiro de 2019, 14 postagens relacionadas à disputa pela presidência do Senado. (O Globo)

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