Ex-governador Simão Jatene ataca o PT e declara apoio a Jair Bolsonaro

Político guardou sua verve contra o PT durante todo esse tempo e só agora resolveu salvar o Brasil e os paraenses das “garras diabólicas” do lulo-petismo, ou se viu acuado diante de uma hegemonia local com a aliança MDB/PT cada vez mais forte e avassaladora, a ponto de se unir à Zequinha Marinho, Mário Couto, Delegado Éder Mauro, Delegado Caveira, entre outros líderes bolsonaristas locais, por conta de um novo projeto de oposição que o reconduza ao poder, com a ajuda do governo federal? Teria Jatene negociado algum cargo em um eventual novo governo, com a reeleição de Bolsonaro?
Simão Jatene - Crédito: Reprodução

BELÉM (PA) – Na última quarta-feira (5), o Portal Diógenes Brandão, em Belém, trouxe a informação de que o ex-governador, Simão Jatene, se uniria aos líderes bolsonaristas do Pará e entraria na campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno.

Cabe lembrar que, no meio do mês de agosto de 2022, Jatene afirmou que sairia candidato ao governo do Pará, usando o dispositivo legal permitido pela legislação, ou seja, orientado por advogados que lhe aconselharam da possibilidade de concorrer sub judice, mas desistiu da empreitada.

Na época, Jatene concordou e programou o anúncio, mas recuou e resolveu, posteriormente, fazer uma tímida e atabalhoada declaração de voto em mais de um candidato ao governo, que gerou uma enorme confusão e o obrigou a pedir que a campanha destes candidatos não usassem sua declaração em vídeo, editada e fora de contexto.

O anúncio de apoio político de Simão Jatene a Jair Bolsonaro, no segundo turno, estava previsto para ocorrer no final da semana que passou, mas como houve o Círio de Nazaré e a polêmica sobre a presença de Bolsonaro no evento religioso, o fato tomou conta do noticiário e o ex-governador deixou para se manifestar no fim da noite desta segunda-feira (10).

Em uma gravação realizada por celular, em sua casa, provavelmente com a presença de sua esposa – que no fim do vídeo pode ser ouvida dizendo: “Acho que foi boa essa” – acabou revelando que Jatene gravou mais de uma vez o vídeo com um texto possivelmente escrito previamente e lido na hora da gravação.

Foto: Reprodução

Narrativas contra o PT

Sob a acusação de que o Partido dos Trabalhadores (PT) criou uma divisão no país, implantando o discurso de “nós e eles”, Jatene vai justificando no decorrer de sua fala, o que o levou a achar melhor votar em Jair Bolsonaro, citando a corrupção e outras acusações comuns contra o partido fundado por Lula.

“Eu quero me dirigir a todos, especialmente aqueles discrentes da Política.  Para além do jogo de narrativas, que nos invade diariamente e esconde mais que revela, o passado recente nos mostra que a estratégia petista de partir o país em bandas e repartir entre bandos, deu origem ao discurso do nós e eles”, Jatene acusa o PT de ser o único partido responsável pela polarização política brasileira.

“Passando pano” para Bolsonaro

Ao citar o nome de Bolsonaro, Jatene tenta pegar leve com os erros do presidente, limitando-se a criticar suas falas e não os atos. O ex-governador tucano chega ao ponto de dizer que mensagens de Bolsonaro são deturpadas pela grande mídia. Para Jatene, Bolsonaro só comente o erro de fazer “manifestações descabidas, que têm sido maldadosamente utilizadas e rotuladas como ataques à democracia, restritivas de direitos e até agressivas à vida, até hoje não tiveram qualquer fato concreto que configura-se tais acusações”, declara o ex-governador, que diz que é pelo amor ao Pará que vem a público se manifestar sobre o momento decisivo na política brasileira.

Finalizando sua declaração de apoio a Bolsonaro, Simão Jatene decreta:

“Não é possível a omissão. É necessário minimizar o que nos divide, valorizar o que nos une e aproxima. Acreditando, que sob o olhar de uma sociedade mais madura e politizada, o atual presidente reeleito e sob condições mais favoráveis, inclusive pela nova composição do legislativo, possa levar o país a avançar, renovando a esperança  e melhorando a vida dos brasileiros. O Brasil precisa, o Pará agradece”, finaliza o ex-governador do Pará, Simão Jatene.

A inegibilidade do ex-governador, durante 8 anos, expirou logo após o primeiro turno das eleições 2022 e, portanto, o político agora se encontra elegível, podendo vir a disputar a prefeitura de Belém, em 2024, e o governo do Estado do Pará, nas eleições de 2026, pois Helder Barbalho (MDB) já não estará na disputa pelo Palácio Lauro Sodré.

A Jatene restará então a vaga de líder da oposição, caso convença seus pares na oposição paraense e os bolsonaristas que ainda permanecem em aliança com o MDB/PT de lhe conceder novamente a chance de ser eleito governador do Pará, ou quem sabe, disputar a vaga de senador nas próximas eleições.

Independente de qual seja o cargo que Jatene esteja “de olho”, seus atuais parceiros neste segundo turno presidencial deverão saber que poderão ter que abrir mão da disputa pelos cargos que pretendiam nas próximas eleições, dada a força que Jatene poderá ou não reaglutinar em torno de seu nome.

O posicionamento do ex-governador deixa algumas perguntas no ar para serem respondidas por Jatene e seus apoiadores e eleitores: “E se o presidente Jair Bolsonaro não for reeleito, como ficará o futuro político do ex-tucano no Pará?”

Só o tempo dirá, mas estaria Simão Jatene caminhando para o mesmo fim de carreira política como ocorreu com Almir Gabriel (PSDB), que foi derrotado na última disputa eleitoral que participou com Ana Júlia, em 2006, e 4 anos depois, em 2010, a apoiou, contra ele próprio, Simão Jatene? (Portal Debate, com Diógenes Brandão)

Assista a declaração de apoio de Simão Jatene a Bolsonaro:

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