Os casos de contaminação e mortes por coronavírus em Parauapebas, no sudeste do Pará, continuam crescendo assustadoramente. Só no sábado (27) e no domingo (28), 10 pessoas perderam a vida. O município já soma 272 óbitos e quase 40 mil pessoas já foram contaminadas, mas para a classe política parece que tudo está indo muito bem.
Com 100% dos leitos da rede pública e privada ocupados e com uma fila de espera não divulgada pelo município, a covid-19, na Cidade do Aço, está fora de controle e a Parauapebas está sem comando político, para desespero da população.
Somente no dia 19 de março, o prefeito Darci Lermen (MDB) resolveu decretar 7 dias de lockdown – decreto nº 1087, porém, pelo que se viu, o decreto foi só de faixada, uma medida burocrática apenas para transferir a responsabilidade do prefeito. Boa parte da população não deu a mínima para o ‘documento Mandrake’ do gestor, pois bastava circular pelas principais ruas da cidade para ver muitas lojas funcionando, normalmente, nas barbas da fiscalização.
Alguns comerciantes chegaram a organizar um protesto causando aglomeração em pleno lockdown. Por sua vez, o prefeito Darci ignora o sofrimento da população que agoniza por falta de vagas nos hospitais, ou seja, estão morrendo afogado, no seco.
O gestor age como se estivesse em campanha política permanentemente, cede a todo instante a pressão de grupos de empresários e, para cobrir a tragédia, anuncia medidas paliativas como empréstimo pelo Banco do Povo e distribuição de dinheiro através do Programa Gira Renda, coisa para inglês ver.
Um líder fraco e sem compromisso com a vida
Após uma semana de lockdown, onde a prefeitura ‘fechou os olhos’ e não fiscalizou o descumprimento das medidas de restrição, muita gente esperava que o prefeito fosse estender o decreto por mais uma semana. Sem apresentar nenhum resultado prático – já que o lockdown foi só de fachada – e com o aumento no número de casos e óbitos, Darci, fez exatamente o contrário do que um prefeito responsável deveria fazer: flexibilizou o decreto.
Na prática, oficializou o que já vinha acontecendo: ‘liberou geral’. Só as escolas continuam fechadas. Assim, Parauapebas continua sem comando e com o povo tendo que apelar para a sorte para não morrer. Caso alguém adoeça, só existe uma certeza: não há leitos disponíveis nem na rede pública nem na privada. Hoje (29), Parauapebas 3.209 pessoas em isolamento domiciliar. (Portal Debate Carajás)