Dara Vitória: vigilante acusado de matar adolescente é absolvido pela Justiça em Marabá

A sentença, decidida por um corpo de jurados selecionados pela Justiça, foi lida no início da noite

Foi absolvido pelo Poder Judiciário do Pará o réu julgado pela morte da adolescente Dara Vitória Alves da Silva, de 16 anos. Albert Pereira Mousinho, de 34 anos, então vigilante da agência do Banco do Brasil no bairro Amapá, era acusado de assassinar e ocultar o cadáver da aluna da Escola Estadual Elinda Simplício Costa, no bairro Laranjeiras, em Marabá.

O bárbaro crime ocorreu há quase dois anos, em agosto de 2017, e gerou imensa repercussão na mídia à época. Conforme a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado do Pará, Albert Mousinho conheceu Dara Vitória — que disse se chamar Luana — na noite do dia 27, um domingo, após a moça acenar para que ele parasse enquanto o mesmo trafegava de motocicleta pelas ruas do bairro Amapá, ocupação urbana do núcleo Cidade Nova que fica às margens do rio Itacaiúnas, ocasião em que ela subiu na garupa do veículo de duas rodas e propôs que os dois fossem comprar drogas para consumo próprio. Sugestão aceita, ambos se dirigiram para a casa do réu, onde mantiveram relações sexuais.

Albert Mousinho, então vigilante de uma empresa de segurança terceirizada, foi preso após tentar assaltar a agência em que trabalhava (Foto: Reprodução)

A adolescente teria morrido porque tentou tomar posse de dinheiro do vigilante, usando, inclusive, uma faca, segundo ele. Depois de desarmá-la, Albert Mousinho disse que asfixiou a vítima até a morte. Após cometer o crime, com a ajuda do amigo Redimar Sousa Leite, também julgado e absolvido por ocultação de cadáver, o vigilante levou o corpo da adolescente, despida, a um local inabitado na beira do caudal e, pouco mais de uma semana depois, na sexta-feira (8) — depois de forte pressão da Polícia Civil sobre ele — Albert tentou assaltar o banco onde trabalhava, com o objetivo de fugir da cidade com o dinheiro roubado.

Corpo de Dara foi encontrado por populares em avançado estado de decomposição (Foto: Reprodução)

O juízo, presidido pelo juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, titular da 3ª Vara Criminal, foi realizado nessa quarta-feira (26), no Tribunal do Júri do Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, e durou todo o dia. A sentença, decidida por um corpo de jurados selecionados pela Justiça, foi lida no início da noite. A defesa dos dois foi feita pelo defensor público Allysson George Alves de Castro. A decisão abalou a mãe da garota, professora Milza Alves da Silva, que desde o cruel assassinato da filha clama por justiça. Em seu perfil no Facebook, ela desabafou, dizendo que os moradores do Amapá estão inquietos com a absolvição dos réus confessos.

“Gente, aqui no bairro Amapá todo mundo está revoltado. As irmãs saíram sorrindo da minha cara, e ainda falam em exposição do nome da família do coitado. Exposição quem fez foi ele [Albert] quando matou e jogou o corpo da minha filha na ribanceira do rio Itacaiúnas. Exposição foi ele que fez quando dilacerou o rosto da minha filha e expôs para toda a cidade. Aí o promotor vem dizer que eu expus o nome dele quando fiz panfletagem do julgamento do assassino da minha filha… Agora eu pergunto: ele pensou no filho e na família dele quando matou minha filha? Não, não pensou!”, disse, inconsolável.

Quem está condenada à prisão perpétua, enfim, é Dara Vitória e sua família, que conviverá para sempre com a dor do luto e com o sentimento de impunidade. A Redação do Portal Debate Carajás não conseguiu contato com a defesa de Albert Mousinho, que já teve alvará de soltura expedido e a preventiva revogada.

Vinícius Soares

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