COP-30: Os “cadáveres” de Helder Barbalho no Pará

Estado enfrenta sérios problemas urbanos, violência contra a vida e lidera os números sobre o desmatamento na Amazônia. Belém sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em novembro de 2025, bancada pelo Presidente Lula (PT).
Presidente Lula (PT) e Helder Barbalho (MDB) - Foto: Reprodução

BELÉM (PA) – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou, no dia 26 de maio de 2023, que o Brasil sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), em novembro de 2025, em Belém, para a alegria e orgulho de “puxa-sacos” e asseclas do governador Helder Barbalho (MDB) que vive “embaixo da saia” do mandatário petista mundo afora.

Para o povo do Pará não passar vergonha diante dos olhos do mundo, antes da realização da COP-30, muita coisa vai ter que ser modificada por aqui, pois, segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública,  as cidades de Altamira (70,5); Itaituba (61,6); Marabá (51,8); Paragominas (49,3); Parauapebas (46,9) e Castanhal (44,2) estão entre as 50 mais violentas do Brasil. Se a criminalidade não for combatida de maneira eficiente, esses números irão deixar os turistas de “cabelo em pé”. A saúde pública e habitação popular do Pará estão entre as piores do Brasil.

Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgado no dia 20 de abril de 2023, colocam o Pará como o segundo estado que mais destruiu a floresta amazônica, em março de 2023. O estado concentrou 27% de toda a derrubada na Região Amazônica, registrando aumento da devastação de 33 km² em 2022 para 91 km² – o aumento foi de 176%, segundo o Imazon. Caso o governo Helder Barbalho não consiga diminuir e estabilizar esse desmatamento, ele terá vendido uma imagem falsa do Pará aos defensores do meio ambiente.

O índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Pará, segundo o Ministério da Educação (MEC), divulgado no dia 16 de setembro de 2022, encontra-se entre os dois piores do Brasil. A nota do Estado (3,0) só supera o índice do Rio Grande do Norte (2,8). Esses números me fazem a seguinte pergunta: “Helder está vendendo uma falsa imagem do Pará para o exterior ou virou ‘queridinho’ do Presidente Lula?”. Sob a ótica de educadores e estudantes, o novo secretário de Educação, o gaúcho Rossieli Soares, enfrenta uma grande rejeição na categoria e está conduzindo as alterações na pasta sem ouvir educadores, pais e alunos.

Segundo o Instituto Trata Brasil, por meio de um estudo publicado em março de 2023, 4 cidades paraenses estão entre as 10 com pior saneamento básico do Brasil. As cidades como Marabá (2º pior), Santarém (5º lugar), Belém (7º colocado) e Ananindeua (10ª posição) estão em péssimas situações. Já Belém, Sede da COP-30, conforme números divulgados pelo SNIS 2021, possui 0,66% de seu esgoto manejado de forma adequada, por meio de sistemas centralizados de coleta e tratamento ou de soluções individuais. Do restante, 91,89% é coletado mas não é tratado e 7,45% não é tratado nem coletado na capital do Pará.

O político anfitrião de uma Conferência Sobre Mudanças Climáticas deverá estar com a “casa em ordem”, porém não é isso que está acontecendo com Helder Barbalho. O atual governo não sabe o que fazer com toneladas de lixo que “emporcalham” a Região Metropolitana de Belém. O mesmo problema polui a Baia do Guajará e outros rios que circundam a capital do Pará. No entanto, para calar a boca da mídia corporativa com muita grana e colocar a polícia atrás de jornalistas independentes para amordaçá-los, Helder tornou-se um craque neste jogo sujo do poder.

Em 2021, após inúmeros protestos e prazos para que as prefeituras da Região Metropolitana de Belém pudessem providenciar outro local para destinar o lixo produzido e enviado diariamente para o “Lixão de Marituba”, um acordo intermediado pelo Ministério Público (MPPA), Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), as prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba, assim com a empresa Guamá Resíduos Sólidos assinaram um acordo, onde o Governo do Pará ficou responsável em coordenar estudos que buscassem a solução para o problema, mas nada saiu do papel.

Depois de dois anos e com a determinação judicial do encerramento das atividades no Aterro Sanitário de Marituba, marcado para o dia 31 de agosto de 2023, o governo do Pará ainda não apresentou nenhuma ação concreta para resolver a questão e ainda se proclama capaz de resolver os demais problemas existentes, antes da realização da COP- 30 em 2025. Só acredita quem quiser ou “só acredito, vendo”.

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Foto: Reprodução

“Cadáveres políticos”

A relação de Helder Barbalho com antigos companheiros de décadas de luta se parece mais com seu inimigo Jair Bolsonaro (PL) do que com seu aliado Luís Inácio Lula da Silva (PT). O ex-presidente Bolsonaro possui o histórico de deixar ex-aliados pelo caminho. Já Lula, “carne e unha” com Helder, não costuma abandonar seus companheiros de luta nem que a “vaca tussa”. Já Helder Barbalho simplesmente desprezou ex-aliados, como se joga um papel de bala na lixeira, como se não os conhecesse mais devido a qualquer problema com a Justiça ou eles deixaram de seguir uma ordem política de Helder como se o governador fosse um “santo”.

Para a maioria dos “desprezados”, a máxima popular: “Não se abandona um amigo no meio do caminho” não se aplica ao governador Helder. Nomes como do ex-ministro e ex Secretário de Saúde do Pará Alberto Beltrame; ex-ministro e ex-Secretário de Transporte (Setran) Pádua Andrade; ex-prefeito de Marabá João Salame; ex-Secretário de governo Parsifal Pontes; Deputado José Priante; ex-prefeito de Canaã dos Carajás Jeová Andrade; ex-assessor Peter Cassol Silveira, Deputado Éder Mauro, entre outros, “perderam a fé” no antigo chefe, pois viram que o “santo era de barro”.

Helder Barbalho continua “enrolado até o pescoço” na “Operação Para Bellun”, sob suspeita do desvio de R$ 50 milhões em respiradores pulmonares que não funcionaram no ápice da pandemia da covid-19. “Esse angu tem caroço” e o judiciário precisa dar uma resposta para o povo do Pará. Se a Justiça jogar o lixo para baixo do tapete não será a saída mais republicana para um dos maiores escândalos já vistos no Pará. Por pouco, Helder escapou de depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), em Brasília, em 2021.

Durante a “Operação S.O.S.”, que apura supostos desvios de recursos públicos na Saúde, destinados a contratação de organizações sociais para gestão de hospitais públicos do Pará, dentre eles os hospitais de campanha montados para o enfrentamento da pandemia de covid-19, o governador Helder é investigado. De acordo com os “desprezados”, o “alvo” do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF) eram as supostas mutretas com o dinheiro público de Helder Barbalho, não os secretários e assessores presos, no dia 29 de outubro de 2020.

“Tudo o que foi feito era para atender os pedidos do governador. Depois de três anos, ele quase não atende um telefonema nem ajuda nas despesas com os advogados. Parece que viramos leprosos”, protestou uma vítima de Helder em contato com a Reportagem do Portal Debate. Em reservado, alguns envolvidos nestes processos, depois da delação premiada de  Élcio Queiroz no caso Marielle Franco e Anderson Gomes, no Rio de Janeiro, comentaram que já pensaram em procurar o Ministério Público Federal e contar tudo o que sabem sobre a “Operação Para Bellun” e “Operação S.O.S.” porque “a corda sempre arrebenta do lado mais fraco”.

No mês de junho de 2023, “pipocaram”, nas redes sociais, novass suspeitas de desvio de dinheiro público por meio de uma péssima “Operação Tapa Buraco” realizada na PA-150, compreendido entre os municípios de Nova Ipixuna e Jacundá. Já no trecho de 13 km da PA-477, entre São Geraldo do Araguaia e Piçarra, o asfalto seria uma vergonha. Ambas as licitações suspeitas foram vencidas pela T.L. Construções e Comércio Ltda, no valor de R$ 17.843.831,84. Os contratos já receberam quase 10 milhões de aditivo de preço, mas o serviço está ficando cada vez pior, segundo os caminhoneiros.

Os “cadáveres políticos” precisam esbugalhar os olhos, porque se Helder Barbalho levou a maioria dos deputados da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) “no bico” e emplacou a esposa Daniela Barbalho no Tribunal de Contas do Pará (TCE) e usou a lábia para convencer o Presidente Lula sobre a nomeação do irmão Jader Filho (MDB) como Ministro das Cidades, deixar que os antigos aliados “paguem o pato” e sejam jogados na cova dos leões pelos desmandos investigados na “Operação Para Bellun” e “Operação S.O.S.” será “café pequeno” para o mandatário da política do Pará. (Portal Debate)

Profissional de saúde atende paciente com coronavírus na unidade de UTI do Hospital Público Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, Pará Foto: TARSO SARRAF/AFP
Foto: O Globo

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