COP-30 deve atrair de 40 a 50 mil pessoas do mundo inteiro a Belém

Financiamento de atividades econômicas que não impactem nocivamente o meio ambiente será o ponto central das discussões, no Pará

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) deve atrair entre 40 a 50 mil pessoas do mundo inteiro a Belém, no ano de 2025, e deixar um legado estrutural positivo para a cidade, nos transportes, e na infraestrutura urbana como um todo.

As informações são do embaixador, secretário para o Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, André Aranha Corrêa do Lago, em entrevista coletiva à imprensa, no Parque Utinga, nesta sexta-feira (16), em Belém.

O embaixador destacou que o financiamento de atividades econômicas não nocivas ao meio ambiente e, principalmente, à região amazônica, deve ser o ponto central, na capital paraense.

Financiamento será central na COP 30

“Muitas das discussões deste ano (28ª COP, em Dubai, em dezembro deste ano), do ano que vem e da COP, de Belém, estarão relacionadas a financiamento, porque muitas soluções são conhecidas, mas você precisa de recursos financeiros adicionais”, enfatizou.

André Lago destacou que não se pode esperar que os países em desenvolvimento, consigam ter recursos para se desenvolver, melhorar a vida de sua população, combater a mudança do clima, e se adaptar aos fenômenos dramáticos que já estão acontecendo, como as chuvas violentas nas regiões litorâneas, por exemplo. “Então, a parte de financiamento é central”, reiterou o embaixador.

Economista, de formação, o secretário para Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty – o Ministério das Relações Exteriores, órgão encarregado de auxiliar à presidência da República na formulação e execução da política externa brasileira – destacou que simplificando o debate, as discussões sobre mudanças climáticas dividem-se, atualmente, entre mitigação e adaptação.

Mitigação e Adaptação

A mitigação, disse ele, pode ser entendida como os esforços para diminuir as emissões de poluentes e evitar que a degradação fique pior. Por outro lado, a adaptação, é a tomada de medidas imediatas porque alguns fenômenos já estão acontecendo, com efeitos dramáticos, no mundo inteiro.

Ele pontuou que cada COP tem algum tipo de avanço. A COP do ano passado no Egito teve como avanço o fato de os países ricos aceitarem pagar pelas perdas e danos que estão sofrendo os países mais pobres.

“Por que perdas e danos? Porque tem acontecido fenômenos climáticos provocados pelas emissões dos países ricos desde o século 18. Já que os países ricos começaram a se industrializar no Século 18, então a acumulação de emissões dos países ricos é incomparável. Por exemplo, mesmo que a China , atualmente, seja uma grande emissora, mas ,ela não tinha uma grande indústria até a década de 60. E, segundo os cientistas, o efeito cumulativo é extremamente grave, daí a responsabilidade maior dos países mais ricos”, afirmou o embaixador brasileiro.

Preparativos para COP 30 e legado estrutural em Belém

André Aranha observou que as cidades que recebem as Cops precisam fazer um grande esforço para estarem preparadas quanto a infraestrutura com rede de hotelaria, de restaurantes, malha rodoviária e aérea, por exemplo. Belém, por exemplo, terá uma média de 40 a 50 mil pessoas de fora durante duas semanas, e isso deve gerar um impacto enorme para a cidade.

O evento deve deixar um legado estrutural para a capital paraense, apontou o embaixador. “Eu acredito ,pelo o que eu tenho visto, que o governador do Pará e o presidente Lula estão cientes disso. Esse é um evento importante para assegurar que Belém tenha várias coisas, que Belém precisa e que vão beneficiar a população de Belém. Você não pode fazer um evento só por duas semanas. Agora, o evento pode ser o que provoca uma série de intervenções na cidade e que terão um efeito muito positivo”, disse.

Ele enfatizou que várias cidades ao redor do mundo se beneficiaram após sediar a COP, com melhorias no trânsito, na infraestrutura como um todo, “Esse é um desafio para os próximos dois anos e meio”, disse André.

O embaixador também, destacou a presença em Belém de pesquisadores, mas também de chefes de estados ricos, homens de negócios, representantes de universidades e de movimentos sociais, discutindo soluções tecnológicas a serem praticadas sobre a questão dos lixões, matrizes de energia renováveis, entre outros temas.

Discussões e saídas para degradação ambiental

Lago fez uma síntese do histórico dos eventos da ONU sobre o meio ambiente global, desde a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, mais conhecida como a Conferência de Estocolmo, realizada em junho de 1972, e que tratou das questões relacionadas à degradação do meio ambiente. Vinte anos depois, houve a Rio-92, a conferência que abordou o meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

O embaixador disse que todos os presidentes da América Latina já aprovaram o nome da capital paraense como sede do evento. E, eles também confirmaram a vinda à capital paraense, em agosto deste ano, quando participarão da Conferência da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), que tratará exclusivamente da região amazônica. (O Liberal)

Relacionados

Postagens Relacionadas

Nenhum encontrado

Cadastre-se e receba notificações de novas postagens!