VÍDEO: Conheça a história do delegado Robocop, que marcou geração no sudeste do Pará

Aldo Gomes de Castro, de 48 anos, conhecido como “Robocop”, foi alvejado e morto com um tiro no tórax, dentro da Fazenda Rio Bonito, invadida pelos Sem Terra

No período entre 1970 a 2010, os conflitos pela posse da terra eram frequentes e sangrentos nas regiões sul e sudeste do Pará. O caso que ficou mundialmente conhecido foi o Massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido no dia 17 de abril de 1996, na BR-155, na cidade de Eldorado do Carajás, onde 19 trabalhadores Sem Terra morreram durante um confronto com a tropa da Polícia Militar de Marabá durante uma ação para desobstrução da rodovia federal.

Nestas 4 décadas, centenas de lideranças envolvidas em disputas pela posse da terra foram mortas pelo cruel crime de pistolagem. Outro caso emblemático foi a execução do líder sindical João Canuto de Oliveira, com 12 tiros, disparados por pistoleiros contratados pelos fazendeiros Adilson Carvalho Laranjeira, prefeito da cidade de Rio Maria, e Vantuir Gonçalves de Paula, no dia 18 de dezembro de 1985.

No entanto, no dia 7 de dezembro de 2004, o delegado Aldo Gomes de Castro, de 48 anos, conhecido como “Robocop”, foi alvejado e morto com um tiro no tórax, dentro da Fazenda Rio Bonito, invadida pelos Sem Terra. A terra fica situada na divisa dos municípios de Novo Repartimento e Itupiranga, em uma área conhecida como Região do Rio Preto, localizada a 180 km da cidade de Marabá. Durante a troca de tiros, dois policiais civis e dois policiais militares também foram feridos a bala, mas conseguiram sobreviver. A história do policial civil foi contada pelo Debate Histórias desta semana. Assista:

No dia 9 de dezembro de 2004, a Polícia Civil de Marabá pediu à Justiça as prisões preventivas de 12 Sem Terra suspeitos de matar em uma emboscada o delegado Aldo Castro. Aldo de Castro foi apelidado de “Robocop” porque possuía uma certa semelhança física com o policial durão do conhecido filme americano “Robocop”. No dia seguinte, 7 Sem Terra suspeitos foram presos. Eles eram oriundos de um assentamento da cidade de Tucuruí.

O delegado “Robocop” era visto como um policial “linha de frente” e bandido costumava “se dá mal” quando resolvia enfrentá-lo. Devido a sua postura firme em defesa da lei, Aldo de Castro era temido por onde passava. Ele trabalhou em diversas delegacias de cidades da Região do Carajás. Na época, o crime abalou a população da região sudeste do Pará, pois muita gente via “Robocop” como um agente da lei impossível de ser abatido.

Devido à sua atuação firme, o delegado era visto por algumas pessoas como um assassino frio e grileiro de terras. Todavia, estas acusações nunca foram comprovadas e Aldo de Castro seguia combatendo o crime. Quando foi morto, o delegado “Robocop” era titular da Delegacia de Itupiranga. O corpo foi trasladado, velado e sepultado na cidade de São Paulo.

Logo depois do crime, a Polícia Civil começou as investigações, porém somente no dia 9 de novembro de 2010, foi localizado e preso o baiano Antônio Silva de Jesus, de 59 anos, conhecido por “Tota”, por volta de 6h15, em uma barraca feita a base de palha de coqueiro, na localidade de Vila Isabel, situada às margens da Rodovia Transamazônica (BR-230), a 75 quilômetros da sede da cidade de Anapu, no oeste do Pará.

No local, o acusado vivia com os familiares identificados como Gileno Rezendes de Jesus e Misael Prates Rezendes, ambos filhos de “Tota”, e Ricardo Rezendes de Jesus, cunhado do indiciado, suspeitos também de participação no assassinato do delegado Aldo de Castro. Ao ser preso, “Tota” não esboçou qualquer reação. Ele foi levado para a delegacia de Polícia Civil de Anapu, onde confessou a participação na morte do policial civil e tentativa de homicídios de mais 4 policiais. Um ano antes da morte de “Robocop”, outro delegado, identificado como Sérgio Máximo, escapou ileso de uma emboscada executada pelos Sem Terra no mesmo local do crime.

No dia 23 de outubro de 2015, a Polícia Civil prendeu Osmar Ferreira Bezerra, na cidade de Jacundá, no sudeste do Pará, suspeito de ser um pistoleiro que atuava na região do crime. Entre as supostas vítimas do assassino, estava o delegado Aldo de Castro. No auge de sua fama, o delegado “Robocop” chegou a concorrer a eleição para deputado estadual pelo Pará, entretanto não conseguiu a quantidade de votos suficientes para elegê-lo.

Por seus feitos, Aldo de Castro é visto por muita gente como o policial que ajudou a pacificar a cidade de Marabá, na época, conhecida como “Marabala”. O assassinato de “Robocop” colocou fim a um perfil de delegado de Polícia Civil que se impunha pela coragem, bravura, mas se tornava cômico devido ao jeito de falar durante as entrevistas. (Portal Debate)

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