O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, emitiu um pronunciamento no qual abordou o conflito ocorrido na última segunda-feira (7), em Tomé-Açu, nordeste do Pará, que resultou em ferimentos a indígenas. Almeida ressaltou a importância da ação coordenada de todas as esferas do Poder Público para garantir os direitos das comunidades indígenas.
“Situações como essa são incompatíveis com um país comprometido com o respeito aos direitos humanos, aos povos indígenas e às comunidades tradicionais”, destacou o ministro. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, também se manifestou sobre a questão, expressando preocupação com os indígenas Tembé baleados e enfatizando o aumento da violência na região amazônica.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) acompanha de perto a situação e já tomou medidas para garantir que os responsáveis sejam identificados e punidos. A entidade declarou: “A Funai está acompanhando e já solicitou as devidas providências sobre a situação de violência contra o povo Tembé da Terra Indígena Turé Mariquita, em Tomé-Açu. Tem atuado em parceria com os órgãos de Segurança Pública e a Secretaria dos Povos Indígenas do Pará.”
O conflito deixou três indígenas feridos na segunda-feira e mais um na sexta-feira anterior. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), os disparos teriam sido efetuados por seguranças privados de uma empresa envolvida na exploração de dendezais na região. A empresa alega que os indígenas estavam invadindo suas terras e que seus seguranças reagiram após equipamentos serem incendiados e estruturas serem destruídas.
Um indígena ferido chegou a ser detido sob suspeita de danos ao patrimônio enquanto tentava registrar um boletim de ocorrência pelo ferimento que sofreu. A intervenção da Comissão Nacional de Direitos Humanos resultou na sua liberação, conforme informado pela própria comissão ao G1.
O vigilante apontado como autor do disparo que feriu o indígena na sexta-feira foi preso na segunda-feira. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), ele é o único preso até o momento relacionado aos conflitos. (Portal Debate, com g1 Pará)