Concurso da Câmara Municipal está sob suspeita em Marabá

Crédito: Zedudu

O Portal Debate Carajás recebeu denúncias sobre possível favorecimento, por volta de 21 horas, da noite de domingo (9), a duas candidatas, cujas inscrições foram homologadas, para realização do concurso público da Câmara Municipal de Marabá (CMM), pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), sediada em Belém, capital do Pará.

A primeira denúncia recai sobre a servidora pública, Katiane de Paula Lima, lotada na Câmara Municipal. De acordo com o denunciante, mesmo sendo candidata a uma das vagas ofertadas, ela seria membro da Comissão de Acompanhamento do Concurso Público da CMM, podendo ter acesso a informações privilegiadas e quebrando a isonomia entre os concorrentes e a lisura do processo.

A segunda denúncia se refere a servidora, Maiana Clara Rodrigues Stringari, lotada no Hospital Materno Infantil (HMI). Ela também seria membro da Comissão de Acompanhamento do Concurso Público da CMM, porém jamais poderia fazer parte do grupo de fiscalização, pois é filha do vereador, Alécio da Palmiteira, presidente da referida Comissão, em Marabá.

No início da manhã de ontem (11), por volta de 8 horas, o influenciador digital, Noé Lima, publicou, via Twitter, parte da denúncia, pois o reclamante enviou a cópia para vários veículos de imprensa em Marabá. O caso deverá ser noticiado por diversos órgãos de comunicação da cidade durante o dia de hoje (12).

No final da tarde de ontem (11), em conversa com Noé, Alécio Stringari argumentou que a vereadora, Cristina Mutran, seria presidente titular da Comissão de Acompanhamento do Concurso Público, mas ela estaria afastada por motivos de saúde. Logo, ele seria apenas um presidente substituto porque, nos próximos dias, Cristina Mutran deverá reassumir suas funções na CMM.

Pedro Corrêa enviou ofício ao vereador, Alécio Stringari, solicitando providências sobre as denúncias

Câmara Municipal de Marabá

O Portal Debate Carajás enviou as denúncias para o presidente da Câmara Municipal (CMM), vereador Pedro Corrêa, o “Pedrinho”, no início da manhã de segunda-feira (10). À tarde, ele disponibilizou a cópia da notificação enviada ao vereador, Alécio da Palmiteira, presidente da referida Comissão, em caráter de urgência, solicitando parecer sobre as supostas irregularidades.

“Pedrinho” afirmou que o vereador, Alécio da Palmiteira, é um parlamentar muito sério, competente e honesto, logo o detalhe da filha fazer parte da Comissão de Acompanhamento deve ter passado despercebido quando ele assumiu interinamente a presidência do grupo de fiscalização do Concurso da CMM, mas como Pedro Corrêa já conhece a postura do vereador Alécio Stringari, ele ou a filha deverá se afastar do certame. Já Katiane Lima deverá ser exonerada da Comissão de fiscalização.

De acordo com Pedro Corrêa, a Comissão vai se reunir durante a manhã de hoje (12) para analisar as denúncias. Em seguida, um relatório sobre as possíveis irregularidades será protocolado no gabinete da presidência da Câmara Municipal, orientando o presidente da Casa de Leis sobre as providências a serem adotadas para sanar a possível quebra de lisura.

Fadesp

A Redação do Portal Debate Carajás enviou o conteúdo das denúncias para a Fadesp, ontem (11), às 15h34, através do email: concursocmm2020@fadesp.org.br, porém não obteve retorno. Em seguida, foram realizadas diversas ligações, no período da tarde, para o número (91) 4005 7446, disponível no site da entidade, todavia as chamadas não foram atendidas.

Para a tranquilidade dos concorrentes, a prova não será aplicada pela Câmara Municipal de Marabá (CMM), mas sim pela Fadesp. Em um concurso público, hoje em dia, uma comissão de acompanhamento nunca terá acesso ao conteúdo de uma prova realizada pela Fadesp, entidade ligada a Universidade Federal do Pará (Ufpa), renomada, experiente e com um extenso currículo na aplicação de concursos públicos no estado do Pará.

No entanto, “como gato escaldado tem medo de água fria”, para se preservar a imagem da CMM e da Fadesp, seria inteligente se as servidoras públicas Katiane Lima e Maiana Stringari deixassem, o mais rápido possível, a Comissão de Acompanhamento ou desistissem de realizar o concurso, caso as duas servidoras estejam realmente inscritas no certame, pois como dizia a minha avó, “não se pode amarrar cachorro com linguiça”, porque o ‘danado’ costuma comer a corda.

Texto: Pedro Souza

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