Com obras em andamento, novo cemitério já tem mais de 70 corpos sepultados em Marabá

O espaço dispõe de uma área de 110.035,81 metros quadrados e capacidade para 14.852 túmulos, ficando localizado às imediações de uma universidade privada
Com a superlotação dos cemitérios existentes na cidade, as famílias estão sendo direcionadas ao novo espaço, que só deve ser concluído em outubro do ano que vem | Foto: Portal Debate Carajás

Na véspera do Dia de Finados, familiares e amigos de um homem vítima de hemorragia intracraniana são vistos sepultando o seu corpo em um cemitério que, pelo menos até outubro do ano que vem, ainda estará com as obras em andamento, em Marabá, no sudeste paraense. Além dele, outras 73 pessoas já tiveram os corpos enterrados no local, ainda inacabado, mas planejado para ser um amplo cemitério parque. Esse é o efeito, já previsto, aliás, da superlotação dos atuais cemitérios existentes na cidade, causada em parte pela pandemia da covid-19.

Conforme publicou o Portal Debate Carajás na última semana, o novo cemitério dispõe de uma área de 110.035,81 metros quadrados e capacidade para 14.852 túmulos, ficando localizado às imediações do antigo Campus II da Faculdade Metropolitana, com acesso pela BR-230 (Rodovia Transamazônica), na saída para São João do Araguaia. O cemitério a ser entregue no ano que vem deve durar pelo menos 50 anos.

De acordo com o secretário municipal de Viação e Obras Públicas, Fábio Cardoso Moreira, mesmo que a pandemia tenha forçado a superlotação dos cemitérios públicos, a prefeitura já se organizava muito antes no sentido de viabilizar a construção desse cemitério parque.

— O novo cemitério já está em execução. Nós dividimos as obras em dois tipos: a parte civil, com a construção de uma capela, um centro administrativo e um galpão; e a parte de infraestrutura, na qual executaremos a metade do projeto original. Estamos fazendo a parte de drenagem e, em breve, também iniciaremos a pavimentação asfáltica. O cemitério parque fica ali na continuação de uma faculdade particular, com acesso pela Transamazônica — localiza Fábio.

Conforme o secretário de Obras, a ideia do projeto é eliminar os mausoléus e reduzir os danos ambientais que um cemitério costuma causar, principalmente com a contaminação do solo e dos lençóis freáticos pela liberação de necrochorume pelos corpos.

— Deixará de existir aquele negócio de construir mausoléus. Será um espaço agradável, muito ao estilo de um cemitério parque que já existe aqui em Marabá. O objetivo é construir um novo espaço que seja interessante e que atenda às exigências ambientais. Inclusive, nós já temos projeto de lei na Câmara para regulamentar essa questão dos túmulos — explica ele.

Mesmo que o inverno amazônico e a intensificação das chuvas ameacem a continuação das obras neste momento, Fábio garante que a conclusão deve ocorrer dentro do prazo previsto.

— As chuvas sempre nos atrapalham quando falamos em obras. Nós estamos tentando avançar ao máximo, para deixar uma parte [do cemitério] já construída, mas devemos concluir a obra no verão do próximo ano — avalia o secretário.

A planta do novo cemitério parque de Marabá

Saiba mais

Ao todo, no Brasil, existem três tipos de cemitério: o horizontal (mais comum, onde os túmulos ficam no chão, no sentido horizontal), o vertical (no qual os túmulos ficam posicionados empilhados, em uma espécie de gaveta) e o cemitério parque (também conhecido como cemitério jardim). Obviamente, todos esses tipos de cemitério têm o mesmo funcionamento básico, mas têm princípios e motivos diferentes para serem da maneira que são.

Os cemitérios parques são aqueles que dispõem de uma ampla área verde com diversas árvores, arbustos e flores; por isso, são popularmente conhecidos como cemitérios jardins. Esses cemitérios proporcionam um ambiente agradável graças à sua naturalidade, que leva embora o ar “pesado” que o cemitério pode trazer para alguns, dando a sensação de que estão realmente em um parque ou em um bosque. (Portal Debate Carajás)

Modelo de cemitério parque (ou cemitério jardim) é uma alternativa ao clima ‘pesado’ que os campos santos geralmente carregam | Foto: Ilustração

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