A atendente de caixa, Cristiane Gomes de Souza, casada, funcionária de um Hipermercado, localizado, no bairro Nova Marabá, às margens da BR-230, em Marabá, no sudeste do Pará, foi demitida, ontem (8), pela gerência local da rede de supermercado, sediada em Belém, no estado do Pará.
Cristiane acusa um cliente de tê-la agredido verbalmente com os impropérios “Rapariga, prostituta, bosta, empregadinha de merda!” e “Bosta, ridícula, sua feia!”. Desde essa época, a vítima luta pela condenação do suspeito, pelos crimes de injúria, discriminação social e ataques contra a honra, mas o caso ainda tramita na Justiça de Marabá.
Durante o inquérito policial, segundo Cristiane, funcionários foram coagidos e ameaçados para não depor contra o “cliente”. No dia 5/11/2020, uma atendente de caixa teria sido ameaçada pelo suspeito, registrou um boletim de ocorrência, porém, como apoio por parte da empresa, recebeu uma sumária demissão. A partir das agressões, Cristiane desenvolveu a síndrome do pânico, pois o agressor continuou a frequentar o hipermercado como se nada tivesse acontecido e foi afastada do trabalho por decisão médica.
No dia 22/9/2020, através de ofício, o advogado Dr. Rodrigo Botelho, solicitou ao hipermercado que sua cliente, passasse a portar o aparelho celular em horário de trabalho, com a finalidade de acionar a polícia e a família, caso o agressor se aproximasse dela, pois não havia sido pedido medida protetiva. A gerente local, em conversa com o esposo da vítima, teria concordado com o pedido e autorizado o uso do aparelho celular.
No entanto, de acordo com a gerência de Marabá, o departamento jurídico, em Belém, decidiu demitir a funcionária sob alegação de que ela estava usando celular em horário de trabalho. No dia 12/1/2020, o delegado Thiago Carneiro, Superintendente de Polícia Civil do Sudeste do Pará, responsável pelo inquérito policial, vai avaliar um pedido de medida protetiva, solicitado pela atendente de caixa.
“Bote errado”
A Redação do Portal Debate ouviu, na manhã de hoje (9), lideranças sindicais ligadas aos trabalhadores do comércio, sobre a legalidade da demissão de Cristiane Gomes. Os sindicalistas foram unânimes em afirmar que Cristiane só poderia ser demitida por “justa causa”, pois a funcionária faz parte da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) até 21/3/2021 e está inscrita na Chapa 2 para concorrer à eleição no Sindicato dos Empregados no Comércio do Município de Marabá e Sul do Pará (Sindecomar).
Na segunda-feira (11), Dr. Rodrigo Botelho vai entrar com uma ação na Justiça do Trabalho de Marabá, solicitando a readmissão de Cristiane Gomes, assim como fez com outros dois integrantes da Chapa 2, demitidos pela mesma empresa, e readmitidos pela Justiça do Trabalho. O Portal Debate Carajás não conseguiu contato com a gerência do grupo de supermercado em Belém, mas o espaço está franqueado para futuros esclarecimentos.
Fonte: Portal Debate Carajás