Candidatos contestam recebimento de auxílio emergencial em Marabá

Concorrentes foram envolvidos em uma lista divulgada pelo Tribunal de Contas da União | Foto: Reprodução/Debate Carajás

Diante da repercussão de matéria que lista quatorze candidatos a vereador de Marabá que teriam solicitado o auxílio destinado a famílias carentes durante a pandemia, este conectado portal de notícias acionou os envolvidos para esclarecer a divulgação do Tribunal de Contas da União (TCU). Em respeito ao processo democrático, a direção de jornalismo da plataforma veicula, nesta matéria, a defesa dos postulantes às cadeiras da Câmara Municipal.

O primeiro, Gilson Ferreira da Silva (o Gil Sim, do MDB), registrou ocorrência na Delegacia Virtual da Polícia Civil do Pará por difamação, crime previsto na lei que consiste em atribuir fato ofensivo à honra de alguém, mesmo que verdadeiro (é diferente da calúnia, quando a informação é ofensiva e, ao mesmo tempo, mentirosa). Ele cita o Portal Debate Carajás no texto do documento e menciona resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que prevê direito de resposta à vítima.

Ocorrência registrada pelo candidato do MDB na Polícia Civil

Gil Sim pondera que jamais solicitou o benefício emergencial. Ele declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 1,8 milhão. “Eu não pedi nem recebi auxílio. [A divulgação do tribunal] não tem fundamento algum. Inclusive, eu sei de várias fraudes que ocorreram nesse sentido. Uma delas, que se tornou nacional, envolve o filho do William Bonner. A verdade é essa”, argumenta o candidato.

Bruno Martins dos Santos (o Bruno Gelo Quente, do PSDB) também teve o nome citado pelo TCU. Ele registrou ocorrência na Delegacia de Polícia Federal de Marabá (a quem cabe averiguar circunstâncias que implicam entidades do poder executivo federal) alegando que não requereu nem embolsou o auxílio emergencial. O candidato também contestou a transação na Caixa (fotos).

Bruno Gelo Quente, de patrimônio avaliado em R$ 521 mil, conversou com a reportagem de maneira harmônica. Ele demonstrou convicção no que alega. “Eu consegui comprovar que não solicitei o auxílio. Fui uma das vítimas”, pretexta ele.

Jimmyson Mesquita Pacheco (Republicanos), se retratou por meio de vídeo publicado nas mídias. Ele declarou patrimônio de R$ 724 mil no registro de candidatura e admite ter recebido o auxílio emergencial. “Realmente, eu recebi, porque eu ainda não tenho vínculo empregatício. Estou desempregado. Eu me encontrava apto a receber e solicitei. Não me envergonho”, sustenta.

Vídeo que Pacheco publicou nas redes assim que a lista foi revelada

Natividade Coelho Araújo (PT) também foi acionado pelo Debate Carajás. Com patrimônio de R$ 425 mil, ele alega ser lavrador assentado pelo Incra e ter direito ao benefício. “Eu estou no Cadastro Único. No meu caso, eu não solicitei o auxílio, ele caiu automaticamente e eu não recusei, pois estava precisando de fato. Declarei minha terra, algumas cabeças de gado, minha casa na vila e um balneário que estou construindo, o que soma de fato R$ 425 mil”, defende o postulante.

Natividade diz estar de consciência limpa. “Não estou com a consciência pesada, pois esse auxílio me ajudou muito nos meses em que não podíamos sair de casa. Eu também sou feirante. Quem me conhece na comunidade sabe que sou uma pessoa íntegra e procuro fazer as coisas da maneira certa”, finaliza ele.

Por seu turno, o candidato Diego Silva Carvalho (o Diegão da Tim, do Republicanos) matriculou ocorrência também na Delegacia Virtual da Polícia Civil por falsa identidade. Ele afirma ter recebido pelas redes sociais a informação de que seus dados pessoais foram manipulados para solicitar o auxílio do governo federal.

Diegão declarou R$ 386 mil em bens e nega ter recebido qualquer rendimento por meio do aplicativo Caixa Tem. “Testifico que em momento algum me cadastrei ou recebi auxílio do governo federal. Assim, venho informar as autoridades [que tomem] as providências cabíveis”, penhora.

Também foram procurados os candidatos Gilvanete Nunes Carneiro dos Santos (a Gil Fanfa, do MDB), Edileusa Pereira da Silva Teixeira (Solidariedade), Deodato do Espírito Santo Filho (o Dato do Ônibus, do PSL), Zezito Ferreira da Silva (PP), Alessandra Silva Rocha (PSDB), Eliete Maria da Silva Torres (Solidariedade), Wanderley Batista da Silva (PT) e Gilson dos Santos Serra Vieira (o Joca do Gás, do Solidariedade). Nenhum deles retornou o contato ao Portal Debate Carajás, que mantém o espaço aberto para esclarecimentos.

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