As entidades representativas dos caminhoneiros planejam a realização de uma assembleia geral, no próximo dia 18, em Brasília (DF), para discutir a pauta da categoria, como o valor do diesel e o baixo preço do frete.
O grupo esteve à frente da greve de maio de 2018 e não participou do movimento que tentou, sem sucesso, parar as rodovias no país esta semana, em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e em protesto contra o Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma crise política sem fim.
Wallace Landim, o “Chorão”, Presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), disse que a atual situação dos caminhoneiros é pior que a enfrentada em 2018, mas que a categoria ainda não discute uma eventual paralisação nos próximos dias.
Segundo ele, o que houve foi um ato político. Não foi um movimento dos caminhoneiros. A pauta da categoria não é o fechamento do Supremo Tribunal Federal, muito menos o voto impresso. Usaram os caminhoneiros como massa de manobra em um movimento da direita intervencionista no Brasil.
O líder dos caminhoneiros afirmou que nunca tinha ouvido falar em “Zé Trovão”. “Estamos convocando as entidades e representantes que lutam pela categoria. Queremos pelo menos dois de cada estado, para fazer uma pauta conjunta e traçar uma estratégia para nossas demandas nos Três Poderes”, ressalta Wallace Landim.
“Chorão” disse que entre os pontos reivindicados pela categoria, estão a conclusão do julgamento de três ações diretas de inconstitucionalidade da Lei 13.703, de 2018, que trata do piso do frete, no STF, a votação do marco regulatório do transporte e da aposentadoria especial dos caminhoneiros, a revisão da tributação do combustível e a concessão de incentivos para a categoria renovar a frota que se encontra sucateada.
A Abrava reúne 35 mil filiados e pretende reunir sindicatos, cooperativas e associações para construir uma pauta única do movimento. As reivindicações serão levadas aos representantes dos Três Poderes. A assembleia do próximo dia 18/9/2021 conta com o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL).
O autodeclarado líder caminhoneiro “Zé Trovão”, que pretendia parar as estradas brasileiras, fracassou, segundo a Abrava. Houve bloqueio em 15 estados, mas sem a adesão maciça de motoristas e o movimento morreu antes de começar. As constantes tentativas de se usar o setor como instrumento político-ideológico pela extrema direita preocupa os líderes dos caminhoneiros no Brasil. (Portal Debate Carajás, com Congresso em Foco)