MARABÁ (PA) — A Câmara Municipal de Nova Ipixuna, no sudeste do Pará, aprovou a concessão de uma licença de 30 dias para o vereador João Barros Filho, conhecido como “Joãozinho Barros”. Joãozinho Barros é acusado de ordenar a tentativa de homicídio contra o colega vereador Redvaldo Santana de Carvalho, conhecido como “Regis Santana”, ocorrida no último dia 13 de abril.
A votação foi marcada por um empate, desfeito pelo presidente da Câmara, Eduardo Silva, conhecido como “Eduardinho”. Votaram a favor do requerimento de concessão da licença os vereadores Emerson da Líder, Eric Yure, Neném da Chaguinha e Eduardinho. Contra a licença, votaram os vereadores Regis Santana, Filho do Povão (irmão da vítima) e Jeguim. O vereador Marcos Meireles se absteve da votação.
A concessão da licença é vista como uma manobra para evitar a cassação de Joãozinho Barros por faltas às sessões legislativas, enquanto ele permanece preso. Após a votação, o vereador Filho do Povão declarou em um vídeo (assista ao fim da matéria) que a aprovação da licença era um “absurdo”, uma “atrocidade” e “um desrespeito com a vida humana”. Ele deixou um voto de repúdio aos vereadores que votaram a favor da medida.
A defesa de Joãozinho Barros é representada pelo advogado Arnaldo Ramos, que argumenta contra o afastamento do vereador do mandato durante o período de prisão preventiva.
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Regis Santana e Filho do Povão denunciaram ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) que os vereadores Eduardinho e Joãozinho Barros cometeram atos de improbidade administrativa relacionados à locação de uma caminhonete, usada de forma particular por Joãozinho Barros. Esta denúncia é apontada como um possível motivo para a tentativa de assassinato de Regis Santana, uma vez que, se Eduardinho fosse afastado por conta da denúncia, Regis assumiria a Presidência da Câmara.
A denúncia de improbidade administrativa foi formalizada um mês após o atentado contra Regis Santana, mas a apuração interna já estava em curso. Regis Santana havia prometido inicialmente a Joãozinho Barros não denunciar o caso, mas considerou o atentado a “gota d’água” e decidiu levar a questão ao MPPA. O crime segue sob investigação pela Polícia Civil do Pará.
O Ministério Público deverá abrir uma investigação sobre a conduta de Emerson da Líder, Eric Yure, Neném da Chaguinha e Eduardinho pelo crime de prevaricação, pois a decisão da Sessão Ordinária fere o Regimento Interno da Casa de Leis de Nova Ipixuna. (Portal Debate)