Brigas bestas entre “bolsonaristas” e “lulistas” diminuem nas redes sociais no Brasil

Os últimos acontecimentos têm tirado o ânimo bélico de partidários de Jair Bolsonaro (PL) e Luís Inácio Lula da Silva (PT), ícones da “direita” e “esquerda” no país.
Foto: Reprodução

REDAÇÃO – Embora a pesquisa encomendada pelo Instituto Edelman Trust Barometer, em abril de 2023, aponte uma piora na avaliação da população brasileira sobre a polarização política do país e sobre o espírito de civilidade entre os partidários de Jair Bolsonaro (PL) e Luís Inácio Lula da Silva (PT), ícones da “direita” e “esquerda”, percebe-se nas redes sociais uma diminuição bastante acentuada nas tretas entre os integrantes dos dois grupos político-ideológicos hegemônicos no Brasil.

Na época, o levantamento mostrou que, para 78%, o Brasil estava mais dividido ideologicamente do que em 2022, percentual superior ao identificado em países como Estados Unidos, Argentina e Itália. A pesquisa ainda ressaltou que o tecido social estava mais fraco no Brasil, pois para 80% dos entrevistados, a falta de respeito mútuo entre cidadãos brasileiros cresceu no país, percentual superior à média mundial, que foi de 65%, nos últimos tempos.

Os dados revelaram, por exemplo, que apenas 29% das pessoas estariam dispostas a ajudar alguém que pensa diferente. O percentual também é baixo para aqueles dispostos a morar na mesma vizinhança (21%) ou conviverem no mesmo ambiente de trabalho (22%) de quem tem um ponto de vista diferente. Como o tempo é o senhor da cura para todos os males, embora ainda estejam altos, os números das agressões caíram bastante entre “bolsonaristas” e “lulistas” em grupos via aplicativos de mensagens.

No mês de setembro de 2023, uma pesquisa realizada pela Quaest Pesquisa e Consultori apontou que 41% dos brasileiros gostariam de mudar de país por causa da polarização política. Os dados mostraram que houve um aumento no índice de “polarização afetiva”, que trata do afeto dos eleitores em relação aos candidatos adversários aos seus – nesse caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), porém nota-se que essa “rejeição afetiva”, vem caindo, com o passar dos anos, no país tupiniquim para o bem de todos.

Neste período, o segmento evangélico afastou-se da “bolha bolsonarista” radical, com exceção dos pastores, Silas Malafaia, André Valadão, grandes empresários, gente poderosa do agronegócio e ouros “gatos pingados” que ainda fomentam a discordância com quem pensa diferente na política. Já no campo de centro esquerda, em sua maioria composta pela elite intelectual e pelas camadas sociais mais pobres, fez-se um esforço para um afastamento dos embates com os bolsonaristas e passou-se a focar na defesa das políticas  públicas do governo Lula que, na visão da extrema direita, “anda mal das pernas” e não vai durar muito tempo.

Eleitores de Lula e de Bolsonaro concordam em alguma coisa: o Brasil segue dividido.| Foto: Rovena Rosa

Polarização voltou a crescer em 2024

N0 ano de 2024, o número de brasileiros que enxerga o país mais polarizado cresceu, de acordo com o levantamento promovido pela Genial/Quest. A pesquisa realizada entre os dias 25 e 27 de fevereiro de 2024, indicou um aumento de 64% para 83% dos que consideram o país “mais divido”. Um crescimento de quase 20 pontos percentuais, desde a última pesquisa realizada, em outubro de 2023. Outro ponto da pesquisa questionou os participantes se eles consideram que o país está “mais unido”. Apenas 13% chegaram a essa conclusão. Uma queda de 14 pontos percentuais diante dos 27% divulgados em outubro de 2023. Enquanto que 5% não souberam opinar sobre a questão.

O ato tresloucado da invasão e depredação da chamada Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília (DF), foi repudiado por 93% do povo brasileiro e 55% responsabilizaram o ex-presidente Jair Bolsonaro. Para ajudar a enfraquecer essa briga “abestada” de partidários de Lula e Bolsonaro, a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) já enviaram muito “amostradinhos” para o xilindró. Diante de tanta balbúrdia, a Justiça fez com que vários radicais de esquerda ou direita voltassem para o anonimato e enfraqueceu mais um pouco as confusões nas redes sociais.

Nesta quinta-feira (6/6/24), a Policia Federal (PF) deu início a mais uma fase da “Operação Lesa Pátria” para cumprir 209 mandados de prisão contra indivíduos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, onde as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por bolsonaristas. Os policiais cumpriram os mandados de prisão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 18 estados e no Distrito Federal (DF), para a captura de investigados e condenados pelos atos do chamado “8/1”. Segundo a PF, eles descumpriram medidas cautelares judiciais ou ainda fugiram para outros países, com o objetivo “de se furtarem da aplicação da lei penal” no Brasil.

Embora tenha diminuído bastante nas redes sociais, ainda existem muitos pastores, jornalistas, pecuaristas, empresários, padres, atletas, professores, motoristas, vigilantes, policiais, entre outras “autoridades de redes sociais”, que destilam seu veneno contra qualquer pessoa que pense diferente deles, seja de concepção ideológica de esquerda ou direita. O uso de palavrões, xingamentos, agressões verbais e ameaças fazem parte do “mundo lunático” destes indivíduos que, quase sempre, possuem uma visão de mundo bastante limitada e que desprezam as instituições democráticas no Brasil.

A maioria dos administradores de grupos de WhatsApp e donos de perfis nas redes sociais, há bastante tempo, passaram a excluir os “lulistas” e “bolsonaristas” autores de agressões verbais de seu convívio na internet. A motivação é bastante simples, ninguém aguenta mais ouvir tantas baboseiras que não levam a nada. Esta medida aliada a tantos outros motivos fizeram com que as “brigas sem causa” diminuíssem muito no Brasil. Como mostraram as pesquisas, a polarização continua nas alturas, mas as brigas verbais por motivos banais estão murchando nas redes sociais aqui em Marabá, no Pará. (Pedro Souza)

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