Assessor de autor do ‘Escola sem Partido’ é preso na máfia dos respiradores

Rodrigo Maia, André Felipe e Alcolumbre são membros do Democratas

Braço direito e suplente do senador Izalci Lucas (PSDB), um dos autores do projeto de lei, Escola sem Partido, foi preso em operação da Polícia Federal, em Brasília, na tarde de quarta-feira (13/05), acusado de envolvimento na máfia dos respiradores. André Felipe Oliveira da Silva, de 52 anos, é vice-presidente do DEM-DF, estava em um apartamento na Asa Sul quando foi preso e levado à Superintendência de Policia Federal do DF. O esquema teria gerado um rombo milionário aos cofres públicos do Pará através da venda desses respiradores.

A prisão temporária de André Felipe Oliveira foi determinada pelo Juiz Federal Rubens Rollo D’Oliveira, da 3ª vara Federal do Pará e ocorre no contexto da Operação Profilaxia e se dá pelo fato dos respiradores comprados pelo governo de Helder Barbalho (MDB) por R$ 25,2 milhões terem chegado com defeito para tratarem dos pacientes da covid-19.

O suplente do Senador Izalci Lucas atuou como representante comercial da SKN do Brasil Importação e Exportação, responsável pela venda dos respiradores. O Pará está entre os Estados com maior número de óbitos pela covid-19 do país e a instalação e uso desses respiradores seria crucial para salvar centenas de vidas.

Hoje Senador, Izalci Lucas (PSDB) foi Deputado Federal de 2008 a 2019 pelo DF e é o autor o PL 867/15, popularmente conhecido como Escola sem Partido. O tal PL se apresenta travestido com as “melhores intenções”: proteger os alunos contra uma tal doutrinação por parte dos professores. No entanto, ao examinar o texto o que se verifica é uma flagrante tentativa de amordaçar e calar os profissionais da educação.

Os críticos ao PL argumentam que os professores não precisam de mordaça, mas de condições mínimas de trabalho e um espaço onde o debate de ideias possa ocorrer de forma livre e democrática. Onde possam coexistir as mais variadas opiniões políticas mesmo que essas opiniões sejam divergentes. Defendem também medidas mais urgentes como a solução para problemas como superlotação nas salas de aula e a falta de segurança para alunos e professores.

Senador Izalci Lucas (PSDB) é dos autores do Escola sem Partido

Sendo o terceiro na linha de sucessão do mandato de Izalci Lucas (PSDB), André Felipe viu também sua residência em Brasília virar alvo de uma visita por parte dos Policiais Federais que cumpriam um mandado de busca e apreensão. De acordo com a PF a operação cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária.

Famoso no noticiário nacional, Izalci Lucas foi um aguerrido apoiador do Governo Temer votando em Abril de 2017 a favor da Reforma Trabalhista que retira direitos básicos dos trabalhadores. Em Agosto de 2017 votou pelo arquivamento da denúncia de corrupção passiva oferecida contra o então Presidente Michel Temer.

Ferrenho defensor da redução de despesas por parte do Estado votou a favor da PEC do Teto de Gastos que limita os gastos com despesas como saúde, educação e segurança. Algo que se mostra absurdamente incoerente, pois, no inicio de 2019 se verificou que Izalci Lucas era o Senador com o maior número de funcionários no Senado contabilizando no total 85 servidores (quando a média é de apenas 34 assessores por parlamentar). Isso gera uma despesa mensal de R$ 553 mil com pagamento de pessoal o que é equivalente a R$ 6,6 milhões por ano.

A ação da PF que teve como alvo o assessor de Izalci é resultado de investigação do Ministério Público federal (MPF), do Ministério Público do Estado do Pará (MPEP) e da PF. A pedido do governo do Pará, na terça-feira (12/05) a Justiça Estadual determinou a penhora de R$ 25,2 milhões nos bens da empresa juntamente com seus sócios. Além disso, mandou reter os passaportes dos sócios brasileiros no negócio, caso não depositassem em juízo o valor total do prejuízo.

Procurado pela imprensa o Senador Izalci Lucas disse ter recebido com “surpresa” a notícia da prisão temporária de seu braço direito e segundo suplente e que acreditava que seu assessor trabalhava apenas como intermediário na negociação: “temos que aguardar para ver o que aconteceu”, afirmou. Já Alberto Fraga, que é o atual presidente do DEM-DF, afirmou que “o Democratas não vai passar a mão na cabeça de ninguém”.

Carlos Macambira – Estagiário

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