O presidente do Partido Verde (PV) no Pará, o advogado “Zé Carlos”, classificou como “arbitrária e política” a prisão realizada ontem, 19, de três homens suspeitos de organizarem uma “ovada” contra o governador do estado, Helder Barbalho (MDB), marcada para hoje, 20, durante uma visita do chefe do executivo ao município de Tucuruí, sudeste do Pará.
“Chega a ser um absurdo e vergonhoso isso para o Estado. A polícia tem que ser de estado e não de governo. Ela está ali para proteger o cidadão e não prender pessoas que se opõem ao governo. Vivemos em uma democracia e protestar, manifestar sua repulsa ou revolta, é direito do cidadão”, destaca o líder do PV no estado.
A prisão preventiva dos acusados foi solicitada pelo Superintendente Regional do Lago de Tucuruí, delegado Rommel Felipe Oliveira de Souza. Segundo o delegado, a Polícia Civil chegou até os três através de áudios e mensagens trocadas em aplicativos de mensagens. Os homens foram indiciados pelos crimes de constrangimento ilegal e de associação criminosa. Eles pretendiam jogar ovos na comitiva do governador.
“Ficar monitorando as redes sociais dos opositores é vergonhoso. Todo mundo tem direito de não gostar de um político, agora, pegar isso e tomar esse tipo de atitude que foi tomada no caso desses cidadãos, é inadmissível. A oposição tem o pleno direito de se manifestar, agora prender o cidadão por isso. Não vivemos mais em uma Ditadura, e nem na época da ditadura eu cheguei a ver esse tipo de coisa. Uma pessoa só deve ser presa se cometer de fato um crime. E ser contrário, ter opiniões políticas contrárias e manifestar suas críticas não é crime”, reforça Zé Carlos.
O presidente do PV no Pará ainda relembrou que na época da Ditadura Militar, o MDB, partido do governador, lutava pela democracia.
“Isso que tem acontecido no Pará é um absurdo. Toda vez que o governador se sente contrariado, ele age com intimidação, agora manda prender. Depois, nos jornais de sua família tem sempre um ataque a quem vai de oposição a ele. O que ele quer, concorrer sozinho nas próximas eleições? Não pode ser assim. Vivemos em total democracia e eles estão querendo silenciar isso”.
Fonte: Roma News