Nove em cada dez atores do Brasil são contra o Governo de Jair Bolsonaro. Nada de extraordinário, é comum em todos os países que a classe artística e cultural tenda mais para partidos de esquerda e o atual presidente da República é de extrema-direita.
Mas Bolsonaro vem insistindo em ter um nome mediático na Secretaria de Estado da Cultura.
Foi assim que Regina Duarte, uma das mais famosas atrizes brasileiras, chegou a Brasília, onde durou cerca de dois meses divididos entre o silêncio total – não disse uma palavra sobre as mortes de ícones culturais – e entrevistas estridentes – como a concedida à CNN Brasil onde relativizou, aliás, exaltou a ditadura.
Demitida Regina, está na calha Mário Frias – um ator muito menos conhecido, que se notabilizou sobretudo como ator da telenovela juvenil Malhação, mas, ainda assim, um dos raros que se assume como bolsonarista.
Mas é injusto dizer-se que só Regina e Frias, de entre a classe dos atores, são fãs do presidente.
Na manifestação pró-Bolsonaro do último domingo em frente ao Planalto – tem havido uma a cada domingo com uns cerca de seis mil bolsonaristas aglomerados – apareceu outro ator devidamente vestido de verde e amarelo, as cores oficiais do regime, e completamente rendido ao governo: Guilherme de Pádua!
Não sabe quem é? É natural. Não tem aparecido em novelas desde 1992 quando assassinou Daniella Perez, a atriz com quem contracenava em De Corpo e Alma, a golpes de tesoura.
Com Bolsonaro, o presidente que quer armar a nação, encontrou alguém com quem se identificava.
TSF