Marabá, Sudeste do Pará – Um agente do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU) foi acusado, nas redes sociais, por um motorista de aplicativo de tentar armar contra os profissionais que ainda operam com Uber e 99 em Marabá, no sudeste do Pará. Um boletim de ocorrência foi registrado pelo servidor público na Polícia Civil pelo crime de difamação, após ter o próprio rosto exposto em grupos de mensagens.
Narra o documento público que o agente de trânsito Etervan Pereira de Sousa, o conhecido Sousa, lotado no DMTU, chamou um carro no aplicativo 99 para buscá-lo na Folha 19, e o motorista de um Gol branco, identificado apenas como Erick, mandou mensagem dizendo estar em frente ao local indicado.
Só que, pelo aplicativo, o agente do DMTU observou que o motorista estava distante três quarteirões dali. O motorista, ao ver a foto de Sousa, perguntou se o mesmo era agente de trânsito, e em seguida cancelou a corrida, sem qualquer justificativa. Os fatos se sucederam na quarta-feira (5).
Depois disso, Erick foi às redes sociais e começou a espalhar boatos com uma foto de Sousa dizendo que o mesmo estava chamando veículos por aplicativo para ‘fazer casinha’, ou seja, para apreender os veículos diante da Lei Municipal Nº 17.949/2019, atualizada pela Nº 18.007/2020. Esta lei, como amplamente noticiado pelo Portal, restringe a operação das empresas de tecnologia na cidade a um cadastro junto ao DMTU. Uber e 99 não se regulamentaram e foram excluídas.
Erick também afirmou, no áudio de 1:25 que circula nas redes sociais, que Sousa está arriscando a própria vida e pediu para que a foto do agente no aplicativo da 99 fosse compartilhada entre a população. “Os caras da 99 só querem sobreviver, meu amigo”, afirmou o motorista.
O agente Sousa, antes de ir à delegacia registrar ocorrência, também gravou um áudio, com duração de 2:06, por meio do qual rebate a acusação do motorista Erick. Ele alega que trabalha há 20 anos na prefeitura e que o DMTU não compactua com práticas levianas, como a denunciada pelo motorista de app.
“Eu estava na casa da mãe da minha filha [na Folha 19] e chamei um aplicativo para me deixar em casa, no Novo Horizonte. Em nenhum momento me identifiquei como DMTU, só coloquei aquela foto [vestido na farda do DMTU] para deixar bem claro que não é nenhum tipo de chamada para maldade. Muitos estão me defendendo porque sabem da minha índole e da minha pessoa”, declarou.
O agente Sousa está de plantão no órgão nesta sexta-feira (7) e pretende representar na Justiça contra o motorista Erick. Ele, inclusive, falou com a equipe de reportagem da TV Livre (RedeTV!) para endossar a posição, ao lado do diretor do DMTU, Jocenilson Silva Souza.
A Reportagem do Debate não conseguiu contato com o motorista Erick para ouvir sua versão dos fatos. (Portal Debate Carajás)