Acusado de homicídio é absolvido pelo Tribunal do Júri em Itupiranga

Cabo Elvis era acusado de assassinar Rozivaldo Luz dos Santos com quatro tiros no dia 9 de dezembro de 2016. O julgamento teve intensos debates entre a defesa e a acusação
Advogados de defesa de Cabo Elvis durante atuação no Tribunal do Júri | Foto: Divulgação

ITUPIRANGA (PA) — Foi realizada em Itupiranga, nesta terça-feira (9), a sessão do Tribunal do Júri que julgou o técnico de manutenção de computadores Elvis Fernandes da Silva, conhecido como “Cabo Elvis”. Após quase 10 horas de deliberação, o conselho de sentença absolveu Elvis, acusado de assassinar Rozivaldo Luz dos Santos com quatro tiros no dia 9 de dezembro de 2016. O julgamento teve intensos debates entre a defesa e a acusação.

Os advogados de defesa, Odilon Vieira Neto e Diego Adriano Freires, argumentaram pela ausência de materialidade do crime, afirmando que o laudo apresentado pela Polícia Civil se referia a outra vítima que havia morrido na cidade de Marabá, e não a Rozivaldo Luz dos Santos. Em contrapartida, o representante do Ministério Público solicitou a condenação de Cabo Elvis por homicídio triplamente qualificado.

Após a análise dos argumentos e das provas apresentadas, o conselho de sentença concluiu pela ausência de materialidade, reconhecendo que o laudo nos autos não era da vítima do caso.

O caso gerou grande comoção na cidade de Itupiranga em 2016, período marcado por vários assassinatos e pela possível existência de um grupo de extermínio composto por policiais militares. Cabo Elvis também foi acusado por outras mortes e chegou a ser absolvido em 2019 no processo em que respondia pelo assassinato de Ivanilson Santos Pontes, 30 anos.

O réu ficou por anos preso em razão de sentença condenatória de 29 anos de reclusão, júri realizado em 2019 pela 2ª Vara Criminal de Belém, referente a outro processo de tentativa de homicídio em que foi vítima um pedreiro que ficou com cegueira parcial, mas atualmente encontra-se em liberdade.

Milícia em Itupiranga

Em 2016, Itupiranga passou por intensas operações policiais devido à atuação de uma milícia que aterrorizava a comunidade. O grupo paramilitar controlava territórios e extorquia moradores e comerciantes locais, cometendo vários crimes violentos, incluindo o assassinato de Rozivaldo Luz dos Santos, que levou à acusação de Elvis Fernandes.

A presença da milícia em Itupiranga destacou a necessidade de medidas urgentes para combater tais organizações criminosas. A polícia intensificou as operações e prisões para desarticular o grupo e restabelecer a ordem na cidade. Uma das mortes atribuídas ao grupo foi a do conselheiro tutelar Rondinelle Wagner Salomão Maracaipe, assassinado em via pública no dia 11 de julho de 2017.

A defesa destacou que, em casos como o de Elvis Fernandes, o júri deve avaliar cuidadosamente todas as evidências apresentadas, ouvir os argumentos da defesa e da acusação, e deliberar com base na justiça e na verdade. Este processo é essencial para assegurar que o veredicto seja justo e que os direitos do acusado sejam respeitados. (Portal Debate)

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