O Grupo Líder anunciou a abertura do Supermercado Líder, em Marabá, durante 24 horas, a partir de amanhã (8). De acordo com a empresa, segundo um vídeo postado nas redes sociais, a medida visa a atender os clientes com ‘tranquilidade e sem aglomeração’. No entanto, denúncias divulgadas nas redes sociais demonstram preocupação de centenas de trabalhadores.
Segundo um grupo de funcionários, o Líder não fez nenhuma conversa com seus colaboradores a respeito de transporte, alimentação, treinamento e pagamento de hora-extra durante a madrugada. Além disso, eles não sabem como será a jornada de trabalho nem a folga dos dias trabalhados a partir de 22 horas. As denúncias não se opõe ao funcionamento do Líder durante 24 horas, mas sim às condições de trabalho.
Convenção Coletiva
A Convenção Coletiva firmada entre as empresas do segmento de gêneros alimentícios e comércio, homologada na Secretaria do Trabalho, está vencida desde o dia 30 de abril de 2020, não existindo, portanto, nenhum documento escrito que regulamente a relação entre empresa e funcionários no ramo de comércio varejista em Marabá, protocolado no Ministério da Economia.
Sindicato Patronal
O Portal Debate Carajás conversou, na noite de ontem (6), com Raimundo Neto, vice-presidente, do Sindicato do Comércio em Marabá (Sindicom) a respeito do funcionamento 24 horas do Líder em Marabá. O sindicalista afirmou que a Convenção Coletiva perdeu a validade, mas as empresas do ramo de supermercado irão garantir os acordos previstos na antiga Convenção Coletiva, pois o segmento não interrompeu as atividades durante a crise provocada pela Covid-19.
No entanto, a preocupação dos funcionários esbarra justamente na falta da Convenção Coletiva, na ausência do Sindicato dos Comerciários de Marabá (Sindecomar) e na falta de diálogo entre o Grupo Líder e os trabalhadores. “Estão divulgando a abertura 24 horas, mas nunca conversaram conosco como o serviço vai ser desenvolvido”, reclamou um trabalhador.
Sindecomar
A eleição do Sindicato dos Comerciários de Marabá (Sindecomar) se arrasta na Justiça do Trabalho desde o mês de novembro de 2019. Previsto para acontecer no dia 19 de novembro de 2019, o processo eleitoral ‘empacou’ na 2ª Vara da Justiça do Trabalho, em Marabá, e no Tribunal do Trabalho da 8ª Região, em Belém, sem nenhuma perspectiva de se resolver o imbróglio para a escolha da nova direção da entidade sindical.
De acordo com alguns trabalhadores, a categoria está prejudicada devido a falta de representatividade, no Gabinete de Crise, em Marabá, onde são discutidas as ações para funcionamento do comércio local durante a crise da pandemia do novo coronavírus. “Estamos sabendo que a sede do Sindecomar está penhorada, as contas bancárias estão bloqueadas, o veículo encontra-se apreendido e o clube social está abandonado. A Justiça precisa resolver esse problema da eleição”, protestou uma trabalhadora.
Grupo Líder
A Redação do Portal Debate Carajás enviou mensagem via Whatsapp, por volta de 21h40, da noite de ontem (6), para a chefia da área de recursos humanos do Líder Magazan, Supermercado Líder e email para o Grupo Líder, em Belém, porém não houve nenhuma resposta relacionada às reivindicações dos funcionários. Nesta celeuma, ainda resta aos trabalhadores o olhar atento do Ministério Público do Trabalho. Por sua vez, o celular do Presidente do Sindecomar, João Luiz Barnabé, só acusa ‘fora de área’.
Debate Carajás