Professores de Marabá buscam alunos faltosos em casa

Crédito: Portal Debate Carajás

A baixa frequência de alunos da 1ª, 2ª e 3ª series do ensino médio, nas aulas remotas, em 2021, levou professores e a direção da Escola Estadual de Ensino Médio Integral Plínio Pinheiro, localizada no Núcleo Marabá Pioneira, à residência dos estudantes faltosos para identificar os problemas causadores da evasão escolar no período de aulas remotas.

A iniciativa dos educadores está conseguindo fazer com que os estudantes retornem para a sala de aula em meio a pandemia provocada pela covid-19. “A maioria absoluta dos faltosos possui internet em casa. Estava faltando um contato pessoal para que esses jovens retornassem para a escola. O resultado está sendo muito produtivo e animador”, destaca a diretora Iolete Orquiza.

De acordo com os professores, parte dos contatos é realizado via ligação de celular. No entanto, quando não se consegue conversar com o aluno ou responsáveis pelo telefone, os educadores se dirigem à casa de cada jovem em busca do motivo da ausência deles na sala de aula. Com o surgimento da covid-19, a evasão escolar se tornou um problema mundial mesmo com o ensino remoto.

Segundo o professor Ronildo Sales, diretor da 4ª Unidade Regional de Ensino (4ª URE), a “Busca Ativa Escolar” é uma política educacional implementada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), em parceria com o Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef), visando a monitorar os estudantes infrequentes. A execução da tarefa fica a cargo de cada diretor de Ure em conjunto com as escolas.

Professora Petronília (à esquerda) e diretora Iolete Orquiza durante visita a casa de aluno

Na Escola Plínio Pinheiro, os professores Déborah Bastos, Lindava Barros, Petronília Wanzeller, Adriana Damascena e Marcleison Caldas e a diretora Iolete Orquiza se revezam na realização de ligações e visitas em domicílio dos alunos. No ano de 2020, devido a chegada da pandemia, a Secretaria Estadual de Educação decidiu aprovar todos os alunos. Na visão dos professores, a aprovação automática influenciou negativamente os jovens porque eles estão achando que vai ocorrer o mesmo procedimento no ano letivo de 2021. Ledo engano, quem não assistir às aulas e executar as tarefas disponibilizadas pelos professores será reprovado.

Para os educadores, a família, amigos e a sociedade precisam incentivar o retorno dos alunos para a escola, sob pena de se ter uma geração inteira com baixo grau de instrução, pois ainda não se tem previsão de retorno de aulas presenciais em Marabá. Falta de vontade, aparelho celular e ausência de internet em casa surgem como os principais complicadores.

Gastos com combustível, celular, carro e internet se somam a tantos outros que os educadores, ao logo dos anos, precisam retirar do próprio bolso para  fazer a escola pública funcionar em todo o Brasil. De acordo com a Professora Iolete Orquiza, se o aluno não possui internet em casa, eles poderão utilizar o Wi-Fi da escola Plínio Pinheiro, obedecendo todas as normas regidas pelo protocolo sanitário da covid-19. (Pedro Souza/Debate Carajás)

Professores Marcleison, Adriana, Iolete, Lindalva e Déborah

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