7 de abril reforça a importância do jornalismo para a democracia no Pará

Em um cenário nacional marcado por instabilidade política, ataques às instituições e crescentes ameaças à liberdade de expressão, a valorização do jornalismo local é também uma forma de fortalecer a democracia.

DA REDAÇÃO — Celebrado nesta segunda-feira (7/4), o Dia do Jornalista vai além da simples homenagem à profissão. A data, instituída em memória de Giovanni Battista Líbero Badaró — médico e jornalista assassinado por suas ideias em 1830 —, evoca um compromisso essencial: o de informar com ética, responsabilidade e coragem, mesmo diante das adversidades. Em tempos de desinformação, discursos de ódio e ataques à liberdade de imprensa, refletir sobre o papel do jornalismo torna-se ainda mais urgente.

Em Marabá, no sudeste do Pará, o ofício jornalístico enfrenta desafios específicos, que vão desde a escassez de investimento em comunicação local até os riscos enfrentados por profissionais que ousam denunciar irregularidades em uma região marcada por conflitos de terra, desigualdades sociais e disputas políticas acirradas. Aqui, o jornalista muitas vezes atua não apenas como informante, mas como elo entre comunidades e instituições, voz de denúncias e, sobretudo, guardião da memória coletiva.

A imprensa marabaense, formada por portais, rádios, jornais impressos e comunicadores independentes, resiste com criatividade e senso de missão. Muitos trabalham com recursos limitados, acumulando funções e enfrentando rotinas exaustivas, mas permanecem firmes na tarefa de apurar os fatos e dar visibilidade ao que muitas vezes seria silenciado. Não é raro encontrar profissionais que conciliam a atividade jornalística com outros empregos para garantir o sustento, sem abandonar o compromisso com a verdade.

O avanço das redes sociais e a democratização da informação trouxeram novos horizontes, mas também novos riscos. A velocidade com que conteúdos se propagam, somada à pressão por engajamento, impõe desafios éticos e técnicos à produção jornalística. Nesse cenário, o jornalista precisa ser ainda mais criterioso, apurando com rigor e combatendo a avalanche de fake news que afeta o discernimento público e fragiliza o debate democrático.

A data de hoje, portanto, não é apenas comemorativa — é, sobretudo, um lembrete. Lembra-se da importância de uma imprensa livre e comprometida com os interesses coletivos, especialmente em contextos onde a desigualdade ainda silencia vozes. Em Marabá, ser jornalista é, muitas vezes, um ato de resistência. É escolher estar nas ruas, nos bastidores do poder, nas periferias e nos rincões rurais, para registrar, questionar e provocar reflexão.

Em um cenário nacional marcado por instabilidade política, ataques às instituições e crescentes ameaças à liberdade de expressão, a valorização do jornalismo local é também uma forma de fortalecer a democracia. Apoiar os profissionais da comunicação, garantir sua segurança e incentivar o consumo crítico de informação são atitudes urgentes e necessárias.

Esta é uma homenagem do Portal Debate a todos os jornalistas do Pará, pelo compromisso diário com a verdade, com suas cidades e com o direito de informar. (Por Mateus Souza)

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