Polícia investiga ameaças a jornalista no sudoeste do Pará

Jornalista foi ameaçado após matéria sobre o Dia do Fogo

A Polícia Civil do Pará abriu um inquérito para investigar ameaças ao jornalista Adecio Piran, do jornal Folha do Progresso, após a divulgação de uma matéria sobre o Dia do Fogo, na região de Novo Progresso, sudoeste do Pará.

Segundo a reportagem publicada no dia 5 de agosto no Folha do Progresso, um grupo de produtores e fazendeiros se organizou para promover queimadas no dia 10 de agosto no Pará. A Polícia Federal investiga se houve convocação para realização de queimadas registradas em agosto no Pará.

De acordo com a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada pelo jornalista na Delegacia de Novo Progresso. Adecio apresentou um folheto que circulou no município com mensagens caluniosas e difamatórias contra ele. O inquérito irá apurar crimes de calúnia e difamação. Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) também foi instaurado para apurar crime de ameaça.

Além do jornalista, uma pessoa, cuja identidade não foi divulgada, foi ouvida pela polícia. Outras pessoas que participaram da distribuição dos folhetos também foram chamadas para prestar depoimentos.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestaram repúdio e indignação sobre o caso. A nota pede “providências ao Governo do Estado do Pará e os órgãos de segurança pública para garantir a integridade física e os direitos do jornalista e que sejam identificados e punidos os autores das ameaças”.

Entenda o caso

A reportagem do Globo Rural mostrou mais de 70 pessoas – de Altamira e Novo Progresso – entre sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros, que combinaram através de um grupo de WhatsApp incendiar as margens da BR-163, rodovia que liga o sudeste do Pará aos portos fluviais do Rio Tapajós e ao Mato Grosso.

Segundo a reportagem, a intenção do grupo era mostrar ao presidente Jair Bolsonaro que apoiam as ideias de “afrouxar” a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama). Além disso, o grupo pedia o perdão das multas pelas infrações cometidas ao meio ambiente, de acordo com a reportagem.

Entre 17 e 19 de agosto, o Brasil teve 5.253 focos de queimadas detectados pelo sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Altamira e Novo Progresso estão entre as cinco cidades brasileiras que mais registraram focos de incêndio no período, segundo o Inpe.

G1 Pará

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