12 municípios entram em situação de calamidade pública no Pará

Anúncio foi feito pelo ministro das Cidades, Jader Filho

Por influência do fenômeno El Niño, as chuvas ficarão abaixo da média na região Norte do Brasil nos próximos meses. A previsão é do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que indica agravamento da crise hídrica no Brasil, devendo chegar, inclusive, à região Nordeste. Dados do Índice Integrado de Seca, levantados pelo Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mostram que 689.024 km² de vegetação na região Norte estão comprometidos pela seca como consequência do déficit de chuvas na região.

Na região Oeste do Pará, 12 municípios tiveram o reconhecimento de situação de calamidade pública, segundo anunciou, no final de semana, o ministro das Cidades, Jader Filho: Monte Alegre, Mojuí dos Campos, Terra Santa, Prainha, Aveiro, Oriximiná, Belterra, Curuá, Óbidos, Rurópolis, Juruti e Santarém.

Em anúncio feito nas redes sociais, o ministro destacou que tem trabalhado para esse reconhecimento desde a semana passada, quando solicitou ajuda para a população junto ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e ao ministro da Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, Waldez Goes.

CIDADES

“Conseguimos que mais cidades tivessem o decreto de calamidade reconhecido pelo governo federal, o que vai permitir que os municípios busquem recursos para socorrer a população afetada de forma muito mais rápida”, informa o ministro, ressaltando a necessidade de união de esforços para enfrentar a seca e suas consequências.

O ministro disse ainda que está atuando junto à Defesa Civil Nacional para que mais cidades paraenses sejam reconhecidas em situação calamitosa. Jader Filho ressaltou a urgência em acelerar o reconhecimento de calamidade em outras cidades paraenses afetadas pela seca na região.

Jader Filho tem mantido contato permanente com o deputado federal Henderson Pinto (MDB), com o prefeito de Santarém, Nélio Aguiar e com os demais prefeitos da região para viabilizar assistência para as famílias e contribuir para que esses municípios cumpram rapidamente com as etapas para obter o reconhecimento federal.

Na semana passada, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que o transporte de cargas já enfrenta problemas na região. A Confederação Nacional do Transporte confirma que os rios da Amazônia enfrentam uma seca atípica que provoca redução histórica do nível das águas. “Isso afeta diretamente o transporte de cargas pela região e, se a situação não mudar, há risco de a navegação ser paralisada, o que prejudicará o abastecimento de produtos em cidades do Norte do Brasil”.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) decretou situação de emergência no canal de travessia de embarcações da hidrovia do rio Tapajós, em Itaituba, no Sudoeste paraense. A decretação é mais uma consequência da seca no rio Tapajós, que ameaça a navegabilidade no porto de Miritituba.

O diretor-geral do Inpe, Clézio De Nardin, considera os efeitos sobre os fenômenos climáticos como o El Niño graves. “Há uma seca gravíssima no oeste da Amazônia e se estenderá para o leste”, alertou. Segundo ele, os dados do Inpe indicam o maior aumento de temperatura já registrado no Atlântico Norte, o que inibe o crescimento da transpiração na Amazônia.

“O ciclo de crescimento da temperatura do Atlântico Norte leva as correntes e quando chega em cima da Amazônia ela força a corrente de ar para baixo evitando a formação de nuvens, evitando as chuvas e isso causa as secas”. (Com Diário do Pará)

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